Esta é uma notícia interessante para qualquer viajante, profissional ou turista (me enquadro nas duas categorias). Já reconhecidos como os mais caros do mundo de antanho, o faturamento dos pedágios paulistas no ano passado seria suficiente para construir os 12 estádios da copa.
As concessionárias que administram os pedágios nas estradas de São Paulo (o que exclui, por exemplo, a Dutra, a Regis Bittencourt e a Fernão Dias)
arrecadaram, em 2013, cerca de R$ 6,891 bilhões, de acordo com o Pedagiômetro– que utiliza os relatórios de arrecadação das próprias empresas para aferir os valores recebidos nas praças de cobrança.
Já o valor contratado para a reforma e construção das 12 arenas, a disposição no Portal Transparência do governo federal, aba Copa 2014, está orçado em R$ 7,6 bilhões, com o adendo de que esse recurso vem de diferentes fontes, incluindo BNDES, Caixa
Econômica Federal, além de governos estaduais e municipais, dentre
outros.
Ou seja, o pedágio tomou do cidadão um valor R$ 700 milhões abaixo do montante que gerou tanta gritaria na oposição, tantos imbecis na rua, a ponto de tentarem desestabilizar o governo. Acontece que desde que começou esse processo de expropriação de um bem
público, o caminho para as pessoas se locomoverem, não teve um filho da puta que saiu de casa a protestar contra esse assalto institucional. Assim, com a conivência do PIG, sempre lacônico no tema (quando não abertamente a favor), se explica por que as concessionárias, avalizadas
pelo governo tucano, não pouparam recursos na construção das praças
de pedágios, que saltaram de 40, em 1997, para 246 em 2013.
A extorsão fica evidente quando se lembra que as estradas concedidas, principalmente na
primeira fase, em 1998, já apresentavam boa qualidade, construídas com
recursos dos impostos pagos pelos contribuintes estaduais. Os tucanos entregaram para a iniciativa privada o melhor, as rodovias duplicadas e com maior fluxo de tráfego.
O drama não acaba por aí. Entre as rodovias pedagiadas em SP, 67%
dos contratos são corrigidos pelo IGPM, anualmente. Se o governo tucano utilizasse o IPCA para o ajuste da tarifa, como faz o governo
federal, os pedágios estariam 38% mais
baratos. Além disso, siliconando as tetas para a mamata das empresas arrecadadoras, o
tucanato paulista estipulou a TIR (Taxa Interna de Retorno) na média de 20%. O
resultado é que a receita com pedágios superou os R$ 7 bilhões, em 2012,
e o lucro líquido ultrapassa 30% ano após ano.
Houve quem já defendesse inclusive que todos irrompêssemos as cancelas dos guichês de pagamento, num exercício de cidadania e desobediência civil. A base jurídica para tal conduta é bem plausível: uma vez que a rua/avenida/estrada qualquer logradouro são públicos e que o direito de ir e vir é assegurado como cláusula pétrea na Constituição, a cobrança seria um abuso contra direitos com mais elevada dignidade legal. Os espoliadores dos bens públicos ficaram furiosos. Óbvio que essa contenda, levada às barras dos tribunais, é facilmente vencida pelo poder da capital, ao qual se submete lépido e faceiro o nosso judiciário.
A indignação seletiva do movimento "não vai ter copa" tem que necessariamente se basear na ignorância. No mínimo, no conhecimento parcial dos fatos. É público que alguns celerados pediam para que se gastasse o mesmo que se gastou com estádios em saúde (cujo orçamento chega a quase R$ 100 bilhões anuais) e educação (R$ 91 bilhões, só do governo federal).
Muitas dessas pessoas têm como porta-voz as virgens vestais que formam a escória do já tão combalido jornalismo tupiniquim: os jornalistas esportivos contra a Copa. Elejo a figura do recalcado Juca Kfouri como seu representante mor, e alguns da ESPN que nem sei o nome para comporem sua comitiva. Alegam que copa não é prioridade a um Brasil tão carente (uma verdade) para subirem a tribuna e desancarem o governo em todo e qualquer assunto. Nem a copa, nem o futebol, nem qualquer esporte, muito menos os programas esportivos e os rios de dinheiro que circulam em seus patrocínios são relevantes ao país. Mas, se fosse verdade que se preocupam mesmo com a nação, que tal lançarem a campanha: Façamos uma Copa a cada ano somente com a arredação dos pedágios!?
Fica a dica.
Muitas dessas pessoas têm como porta-voz as virgens vestais que formam a escória do já tão combalido jornalismo tupiniquim: os jornalistas esportivos contra a Copa. Elejo a figura do recalcado Juca Kfouri como seu representante mor, e alguns da ESPN que nem sei o nome para comporem sua comitiva. Alegam que copa não é prioridade a um Brasil tão carente (uma verdade) para subirem a tribuna e desancarem o governo em todo e qualquer assunto. Nem a copa, nem o futebol, nem qualquer esporte, muito menos os programas esportivos e os rios de dinheiro que circulam em seus patrocínios são relevantes ao país. Mas, se fosse verdade que se preocupam mesmo com a nação, que tal lançarem a campanha: Façamos uma Copa a cada ano somente com a arredação dos pedágios!?
Fica a dica.