Eis que, direto de Rio Branco, Acre, ilhado do resto do Brasil, num raro momento de ociosidade, ligo a TV e me deparo com a propaganda política do PSDB.
Primeira verdade: perderam a vergonha de expor aquele tio gagá, que já não fala coisa com coisa. O que é bom, verdadeiro, pois vincula o nome do partido às pessoas que dele fazem parte. Na cidade de Goiás, que os demais estados chamam de Goiás Velho, é comum as famílias terem um parente com problemas mentais, ou, no linguajar do povo, um bobo. A anedota é que a cadeia de lá não precisa de grades: para conter os detentos, eles dão chicletes aos mesmos. Acredito que seja a consanguinidade, após muitos anos de isolamento, mas o fenômeno é recorrente na cidade. O que não é nada coincidente é o fato das origens de FHC serem de lá.
Segunda verdade: Aécio, pego num flagrante de sobriedade, disse que o Brasil precisa de um governo que ouça mais do que fala, e faça mais do que promete. Absolutamente pertinente, ainda que se trate de uma platitude. Tanto é verdade, que o Brasil, movido pelo anseio de um governo que falasse menos e agisse mais, defenestrou a corja do PSDB em 2002, e desde então eles batem cabeça de todas as formas para voltar a dilapidar o patrimônio público e sugar as gordas e generosas tetas do Estado brasileiro*.
Achei que algo diferente estivesse ocorrendo no sul maravilha, mas não. Continuamos no mais do mesmo. A campanha já começou, e o que consideramos sujo em 2010 deve atingir níveis impensáveis de sordidez em 2014. Prolifera na internet esse tipo de
"jornalista": assumidamente de direita, disposto a xingar, ofender,
assassinar qualquer petista e/ou aliado, clamar pela volta de ditadura e delirar nas
paranoias. A mais divertida é a que "denuncia" o Foro de São Paulo,
ritual satânico ungido pelas forças das trevas. Nunca estivemos tão distantes de "lançar as bases para
dominação comunista internacional" e esses trouxas berram que o Fidel e o
Lula em conluio com todas as maldade interplanetária tramam esse ardil há quase 25 anos.
Também gosto da transformação do discurso sobre o bolsa-família. Partiram da premissa de não realizar nenhuma autocrítica (coisa de esquerdista), tomando seu governo como perfeito, ainda que os índices de rejeição e a falta de popularidade ao fim do segundo mandato de FHC tenha atingido níveis estratosféricos. De outro lado, contestaram TODAS as iniciativas petistas no governo. Oras, até por probabilidade, é impossível alguém errar sempre. Se não houvesse a histeria antipetista, perceberiam que não há governos monolíticos; são eivados de contradições. Com esse contexto, massacraram o bolsa-família, tratando o programa como "bolsa-vagabundagem", assistencialismo, promoção da preguiça, até se darem conta que já tinham perdido tanto espaço e voto que alteraram o discurso: agora dizem que o bolsa-família foi "idealizado" nos governos tucanos, permitindo um legado de prosperidade ao PT.
A falta de visão dessa malta não se limita à política: com esse discurso procuram cavar uma boquinha no PIG, sempre disposto a dar espaço para quem esculache as ideias/pessoas/política de esquerda, ainda que caminhem, enquanto veículos de comunicação, para a extinção. Estão, como diz o PHA, em estado comatoso, mas ainda torram seus últimos insumos para fomentar a oposição hidrofóbica através desses indivíduos insignificantes e desprezíveis.
A grande verdade é que vivemos um tempo estranho, de subversão de conceitos caros ao senso comum. A democracia, como governo do povo, pelo povo e para o povo, nas simples e sábias palavras de Lincoln não existe mais. Consente em seu seio com a conspiração, criando no próprio ninho o ovo da serpernte. Nenhum regime de governo, seja quando a quem exerce o poder (a democracia, está em oposição à aristocracia e à monarquia), sua forma jurídica, ou modelo econômico admite a tramóia para derrubá-lo. E essa verdade vale para qualquer regime, socialista ou capitalista, democrata ou ditatorial.
* Essas tetas gordas, lógico, são mamadas apenas por meia dúzia de apaniguados. No interior do Acre, na divisa com a Bolívia, elas são mirradas como as de uma cadela de rua.
2 comentários:
Seria mais que oportuno reproduzir o contrato de trabalho levando em conta a lei de acesso a informação.
No caso o contrato de trabalho da filha do FHC.
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