http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2010/12/18/o-que-significa-a-saida-de-pochman-do-ipea-uma-tragedia/
No Estadão, na pág. A6, confirma-se a escolha de Nelson Johnbim – clique aqui para ler o artigo de Maierovitch sobre Johnbim e a bananeira – para a Defesa e de Wellington Moreira Franco para a Secretaria de Assuntos Estratégicos.
Clique aqui para ler o que este ordinário blog disse recentemente sobre este que o Brizola chamava de “gato angorá da ditadura”.
O embaixador Samuel Pinheiro Guimarães sai de um posto em que contribuiu para fazer o que ninguém no Brasil faz, com consistência – com exceção da Chevron e da Embaixada americana – com a ajuda do Ministro Johbim.
Ou seja, pensar o Brasil no longo prazo, por um caminho que inclua os pobres e a soberania seja a base.
A saída de Pinheiro Guimarães significará, provavelmente, a saída de Marcio Pochman.
Marcio mudou o IPEA.
Estudou o novo perfil demográfico do país – e seus riscos.
A fragilidade de políticas sociais que não mexem com a distribuição da renda de forma significativa.
O Bolsa Família é ótimo.
Mas, a distribuição de renda muda muito pouco.
Pochman preocupa-se com a perda de poder econômico de São Paulo, que se tornou uma economia produtora de bens primários e produtos financeiros – indústrias que não empregam.
Marcio teme que, a longo prazo, esse seja o caminho do próprio Brasil, caso não se altere a relação de força do Real com o Dólar e, portanto, com a moeda chinesa, ao Dólar atrelada.
O Brasil vende comida à China e compra indústria da China.
Já que, segundo Pochman, o Império Chinês se parece muito com o da Inglaterra.
A Inglaterra também não tinha comida.
Comprava comida e pagava com indústria.
Como se sai dessa ?
Basta fazer um “apertinho” fiscal, que os juros caem e o Real se valoriza ?
Pochman não tem certeza.
De qualquer forma, o IPEA de Pochman foi capaz de entender o Brasil do crescimento-com-integração de Lula e estaria pronto para apontar caminhos numa nova etapa – mais complexa, talvez.
Além de tudo, Pochaman pensou em montar a partir do IPEA uma espécie de “Faculdade” do Serviço Público.
Assim como a Petrobrás faz com seus empregados – e, nisso, gasta R$ 400 milhões por ano.
Quatro vezes mais que o Ministério do Trabalho.
A Receita faz o mesmo com seus fiscais.
E a Policia Federal com seus delegados.
Mas, o Serviço Público não forma quadros técnicos especializados.
E o Brasil de Dilma terá que enfrentar, provavelmente, uma grave escassez de quadros.
Inclusive no Serviço Público.
Samuel Guimarães vai embora.
(Clique aqui para ver a resposta que Guimarães deu a Johnbim, que foi falar mal dele ao Embaixador americano).
Pochman provavelmente voltará à UNICAMP.
E a estratégia do Brasil será entregue a alguém da “cota” do Michel Temer.
A política no Brasil é a arte de engolir o PMDB.
Ou como disse hoje, na pág. 2 da Folha (*), notável colonista (**): “O presidencialismo de coalizão em vigor no Brasil é uma distopia sistêmica”.
“Distopia sistêmica”.
Vai ver que é coisa do Tiririca.