domingo, 29 de dezembro de 2013

BOM PRINCÍPIO

2013 entra para a história como o ano do fracasso. A se informar pelo PIG, o Brasil se arrasta miseravelmente rumo ao precipício inexorável a que é levado pelo PT, sejam os petistas do governo, fora dele e até mesmo os encarcerados. Por outro lado, o dos fatos, vimos a derrota do levante golpista, da campanha contra os médicos cubanos e do Anderson Silva.

A bem da verdade, essa lenga-lenga já encheu o saco. Nas livrarias, a blitz direitista que assolou a mídia impressa está encalhada. Todos os outros livros venderam como água, exceto os deprimentes Olavo de Carvalho e seus sequazes que entulham as prateleiras. O descolamento da realidade como visto nas manchetes de "pior" (sic) Natal dos últimos 11 anos não repercutiu nos encontros familiares. Antes tão influente, esse tipo de literatura está condenada a morrer à míngua nas páginas cada vez mais obscuras da pitonisa do apocalipse, a revista Veja.

Só para ilustrar uma faceta, o editor do Anti-PIG, que esteve de férias nos últimos dias, cruzou de carro sete unidades da federação: DF, GO, MG, SP, RJ, PR e SC. Nunca se deparou com estradas tão bem conservadas, noves fora as rodovias privatizadas pelo estado de São Paulo, cujo valor médio de tarifas é de R$ 0,13 o km rodado, um dos mais caros do mundo, tema recorrente aqui no nosso blog. Reclamar do trânsito intenso, sobretudo em véspera de feriado, é cair no discurso do burguês incorformado com o aeroporto apinhado de gente ou com aquele não aceitava tantos pobres conseguirem ter seu próprio carro.

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Pensamento: a viagem entre São Paulo e Florianópolis, 700 km percorridos em estradas federais tem 10 praças de pedágios com valor total de R$ 17,60 (R$ 0,025 o km). Ainda assim, optou-se pelo modelo de concessão pelo menor valor cobrado. Me lembro que, quando criança, morava em São Paulo e o pedágio era cobrado pelo DERSA. Nem se aventou a possibilidade da cobrança de pedágio ser feita pelo próprio Estado? Pode ser que haja alguma restrição legal que desconheço, mas a causa me parece ser o "custo" representado pela contratação necessária de servidores públicos para manutenção das rodovias, em oposição aos atuais prestadores de serviços sem a mesma cobertura de direitos trabalhistas bem como os contratos de empreita.

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O fato é que o Brasil do PIG não existe. E uma impressão que estes últimos dias na estrada fizeram calar fundo é que o Brasil real já não acredita na papagaiada catastrofista do PIG. Nem mesmo no lugar mais abastado em que já estive na minha vida (Jurerê Internacional) há eco para a ladainha do contra. Foi desproporcional a repercussão entre a visita da Dilma à Floripa e o lançamento da candidatura Aécio no Café de la Music, espécie de embaixada de paulistanos rentistas em Jurerê. Não se compara, em termos de relevância e estatura moral, uma gigante e um anão.

Pobres, ricos e até a classe média, em que pese o chororô, melhoraram seu padrão de vida. Vivemos o menor desemprego já mensurado. E pleno emprego proporciona ao trabalhador maior poder de barganha junto aos patrões. Ao invés do que ocorria 15/20 anos atrás, quando o pauta era a redução de benefícios e a "empregabilidade", hoje falamos, ano após ano, em aumento real. O incremento nas vendas de shopping no período natalino de 6% (triplo da expectativa de crescimento do PIB) ilustra quais os dados concretos em que se fiar. Como escreveu o Conversa Afiada, desenvolvemos o Capitalismo com características brasileiras, que a direita e sua mentalidade colonizada é incapaz de entender.

Não se admite mais a mídia corporativa como formadora de opinião, o que é um excelente presságio para o porvir. Breno Altman, perseguido por uma súcia de psicopatas, vislumbrou o porquê. Enxergou certa direita republicana (palavras dele), que tenta vincular os êxitos do governo a eventuais ações do período administrativo anterior, com quem seria possível até certa discussão política. Já a outra manifestação, de cunho liberal-fascista (por mais que pareçam termos contraditórios, é a junção do Pinochet com a escola de Chicago e os seguidores de Ludwig von Mises), tomou conta dos grandes veículos de comunicação e empreende uma campanha de ódio, fundada no preconceito social e de cor que faria o corvo corar. São os caras que obstruem as livrarias citados acima. O guinchar dessa corja assusta até leitores conservadores, conduzindo esses meios à extinção em marcha acelerada e inevitável. Há que se considerar, porém, um tipo de Síndrome de Estocolmo na própria esquerda, que perde seu tempo falando sobre a novela. ou a capa de Veja. ou sobre o devoice.

O AntiPIG anseia dar boas notícias. Seremos a maior indústria naval do século XXI. Com o Pré-Sal, teremos a segurança econômica que alicerçará vôos maiores. O mundo renova suas esperanças na boa nova: queremos escrever sobre a comuna de Riace, na Calábria, e o projeto Agroflorestar, no Vale do Ribeira, em São Paulo. Continuaremos precavidos contra a sordidez costumeira, mas entendo que a hora é de nos apropriarmos de mais do que da agenda de debates: é hora de assumir as rédeas do nosso destino, como nação altaneira e povo autodeterminado.

Feliz 2014!

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