sábado, 31 de julho de 2010

JÁ VAI TARDE

Tenho uma confissão a fazer: nunca li uma coluna do Mainardi. E mais: a última vez que li Veja, acho que estava me preparando para o vestibular, e os colonistas eram o Jô Soares e o Millor Fernandes. Para completar meu quadro de "alienação": nunca assisti ao programa Manhattan Connection, da GNT. Aliás, tem mais de 10 anos que eu não assino nenhuma programação televisiva paga.
Apesar disso, é inegável o estrago que esse sujeito conseguiu causar na liberdade de imprensa, historicamente frágil no nosso país. O ordinário se propôs a funcionar como uma espécie de balão de ensaio para mensurar até onde a sordidez dos ataques pessoais poderia chegar. E ultrapassou esse limite. E várias vezes.
Agora, o modelo se esgotou. Como fonte de provocação e consequente retorno publicitário, passou a ser oneroso demais para o grupo Abril manter Mainardi em seu quadro funcional. Ademais, nenhuma marca gostaria de associar sua imagem à de um indíviduo que se dedica a "destruir reputações", escrevendo a soldo o que ditam os representantes da nossa elite.
Sai corrido do país. Talvez arme nova trincheira para continuar seus ataques repulsivos sem uma cobertura jurídica para o policiar. Seria bom que carregasse junto outros próceres de jornalismo marrom, como Reinaldo Azevedo, Josias de Souza e caterva. A distância da sua perfídia já é um alento.
Melhor ainda seria se a justiça agisse de forma célere, antes que o criminoso fuja.

Temendo ser preso, Diogo Mainardi foge

Por Altamiro Borges

Em sua coluna na Veja desta semana, Diogo Mainardi, o pitbul da direita nativa, deu uma notícia que alegrou muita gente. Anunciou que deixará o Brasil. Num texto empolado, ele não explica os motivos da decisão. A única pista surge na frase “tenho medo de ser preso” – será uma confissão de culpa? “Oito anos depois de desembarcar no Rio de Janeiro, de passagem, estou indo embora. Um vagabundo empurrado pela vagabundagem”. Concordo totalmente com a primeira descrição!

O enigmático anúncio levantou muitas suspeitas. Para o blogueiro Paulo Henrique Amorim, uma das vítimas das difamações e grosserias deste pseudojornalista, ele está fugindo para não pagar o que deve. “O Mainardi me deve dinheiro. Ele perdeu no Supremo Tribunal Federal, por decisão do Ministro Toffoli, recurso em uma causa que movo contra ele. Contra ele e o patrão, o Robert (o) Civita... Interessante é que o próprio Mainardi foi quem disse que só escrevia por dinheiro”.

“Fim de uma era de infâmia”

Luis Nassif também suspeita que Mainardi vá deixar o país para evitar a Justiça. A referência ao medo de ser preso “é real. Condenado a três meses de prisão por calúnias contra Paulo Henrique Amorim, perdeu a condição de réu primário. Há uma lista de ações contra ele. As cíveis, a Abril paga, como parte do trato. As criminais são intransferíveis. E há muitas pelo caminho. Há meses e meses meus advogados tentam citá-lo, em vão. Ele foge para todo lado”.

Para o blogueiro que já foi alvo das agressões do pitbul da Veja, o festejado anúncio representa “o fim de uma era de infâmia”. “O problema não é o Mainardi. Ele é apenas uma figura menor que, em uma ação orquestrada, ganhou visibilidade nacional para poder efetuar os ataques encomendados por Roberto Civita e José Serra. Quando passar o fragor da batalha, ainda será contado o que foram esses anos de infâmia no jornalismo brasileiro”.

“Sou um conspirador da elite”

André Cintra, editor de mídia do portal Vermelho, apresenta ainda outra hipótese. Ele constatou que Mainardi perdeu espaços na imprensa, inclusive na Veja. “Ele perdeu credibilidade e, talvez, renda”. Essa suspeita já fora apontada, algum tempo atrás, por Alberto Dines, do Observatório da Imprensa. “Há poucos meses, ele puxava o cordão dos que mais recebia mensagens; agora nem aparece no esfarrapado Oscar semanal. O leitor da Veja já não agüenta tanta fanfarronada”.

Levanto aqui outra suspeita. Filhinho de pai, Mainardi sempre fez turismo pelo mundo. Ele não tem qualquer vínculo com o país e seu povo. Até escreveu um livro sugestivamente intitulado de “Contra o Brasil”. Na fase recente, com a eleição de Lula, seu ódio ficou mais doentio. “Sou um conspirador da elite, quero derrubar Lula, só não quero ter muito trabalho” (Veja, 13/08/05). Ele chegou se gabar de “quase ter derrubado o presidente Lula” e ficou furioso com a sua reeleição.

Coitado do cão sarnento

Este “difamador travestido de jornalista”, como bem o definiu o ministro Franklin Martins, fez inimigos por todos os lados. Satanizou o sindicalismo, o MST, os intelectuais e as lideranças de esquerda no país e no mundo. Apoiou o genocídio dos EUA no Iraque e destilou veneno contra Fidel Castro, Evo Morales e Hugo Chávez. O seu egocêntrico “tribunal macartista mainardiano”, no qual fez acusações levianas contra vários jornalistas, gerou protestos das entidades do setor.

Odiado por todos e prevendo a derrota do seu candidato nas eleições de 2010, Mainardi anuncia agora: “Vou embora”. Talvez não sinta mais clima para ficar no país e perceba que suas bravatas fascistas não convencem muita gente. Teme até ser preso por suas difamações e calúnias. Não agüentaria a continuidade da experiência aberta pelo presidente Lula, com a eleição de Dilma Rousseff. No twitter, brinquei que sua fuga lembra o cachorro sarnento que abandona o próprio dono. Muitos reagiram: é sacanagem com o pobre animalzinho. Concordo e peço desculpas!

http://altamiroborges.blogspot.com/2010/07/temendo-ser-preso-diogo-mainardi-foge.html

Realmente é muito injusta a comparação com o cão, símbolo de lealdade e companheirismo.

domingo, 25 de julho de 2010

DOMINGUEIROS, A NOSSA ELITE NAS PISTAS


Mais uma vez assistimos uma presepada numa corrida de Fórmula 1: Felipe Massa correu para perder. O típico quadro do brasileiro fracassado, submisso ao primeiro mundo, volta a estampar os noticiários. Para deleite do PIG.



A Fórmula 1 exerce o fascínio grand monde nas pessoas: altíssima tecnologia, velocidades absurdas, risco de morte iminente, na próxima curva, cifras astronômicas, mulheres deslumbrantes, jet set, high society, decadence aved eleganc. Tudo o que o dinheiro pode comprar. Isso excita a mente de todos, que vivem a anos luz dessa realidade.
Por isso, sou obrigado a discordar do Paulo Henrique Amorim quando este diz que a Fórmula 1 no Brasil dá tanto IBOPE por ser alavancada pela Globo, que por sua vez, fatura horrores em patrocínio das transmissões. Não, o encanto desse evento está além das liturgias globais, nas quais se encaixam perfeitamente as novelas e as narrações patrióticas de futebol.
Flávio Gomes, especialista no assunto, levantou a lebre: se fosse na última corrida da temporada, valendo título, não haveria tamanha repercussão. E mais, por não fazer esse mise-en-scène, a Red Bull jogou fora uma vitória no GP da Turquia passado e foi duramente criticada. Sua conclusão é taxativa: "Exigir ética, lisura e honestidade por escrito é bobagem. Essas coisas ou a gente tem, ou não tem".
Já Luis Alberto Pandini, outro expert em automobilismo, rema contra a maré e defende a Ferrari. Vale ressaltar que a muito tempo, o Panda, como é chamado pelos mais íntimos, se desencantou com a Fórmula 1. Seu blog é muito mais pautado pelas recordações de uma época em que a parte esportiva prevalecia diante do negócio. Uma frase sintetiza bem a matriz do seu argumento:
"Talvez falte à mídia automobilística enfatizar o fato de que pilotos profissionais são pagos para defender o interesse de suas equipes – uma realidade oposta à percepção de 99% do público. O erro de Massa (e, anos atrás, de Barrichello) não foi o de aceitar o posto de segundo piloto, e sim o de transmitir ao público a certeza de que iriam disputar títulos e vitórias em igualdade de condições com companheiros de equipe como Schumacher e Alonso. Em algum momento, viria à tona a real situação de cada um dentro da Ferrari. Como ela não foi condizente com as expectativas criadas, gerou-se uma frustração que poderia ser evitada com uma simples atitude: abrir o jogo e explicar como as coisas estavam estabelecidas, em vez de negar o óbvio".

Gostaria de acrescentar um detalhe. Massa e Barichello, apesar de correrem com motivos verde-amarelos, seja no capacete, macacão, ou ainda sustentados por patrocinadores genuinamente nacionais, não são indivíduos oriundos do "seio do povo". Bem nascidos, fartura e abastança ao ponto de poderem bancar uma carreira de piloto. Isso é para poucos, muitos poucos. O crème de la crème da nossa elite. E como dignos representantes desse estrato social, são pusilânimes, poltrões e covardes, quase sempre inferiores aos confrades estrangeiros, e se submetem aos papéis de segundo escalão. O tal do complexo de vira-latas está mais enraizado na burguesia do que no povão, que luta diuturnamente e se alegra cada vez que vê o Brasil ser mais respeitado no mundo. Mais uma vez se comprova o quanto a elite desse país é descolada da sua realidade.
Uma última constatação. Apareceu na transmissão a figura de Emílio Botin, proprietário do Santander, no boxe da Ferrari, satisfeito com seu pupilo, Fernando Alonso. Investiu os tubos no Alonso, não no Massa, que não tem reconhecimento deste banco nem no Brasil, país que responde por algo como 50% das operações internacionais do Santander. Se Massa tivesse credibilidade, o Santander teria vinculado sua imagem à do Banco em todas as suas peças publicitárias no Brasil. Assim como a F1 é um grande negócio, também é verdade que ninguém (ou quase isso), acredita na imagem do Massa. Isso é uma realidade.

Links:
http://www.conversaafiada.com.br/video/2010/07/25/globo-vende-uma-fraude-aos-espectadores-a-f1/
http://colunistas.ig.com.br/flaviogomes/2010/07/25/nalemanha-5/
http://pandinigp.blogspot.com/2010/07/querem-encontrar-acucar-na-agua-do-mar.html


Domenicalli, Montezemolo e Botin.

sábado, 24 de julho de 2010

POVO EM ARMAS


Que armas nos restam? Quem roubou nossa coragem?

Outro dia, conversando com um comparsa desse blog, saiu a seguinte frase: “É na blogosfera... É ali que a coisas acontecerão daqui em diante”. Conversávamos sobre a possibilidade de mandar alguém para o 1.º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, em São Paulo. Será em agosto (21/22) e a taxa será de R$ 100,00. Eles estão negociando passagens mais baratas e hospedagem solidária.

A organização da sociedade, tal qual Marx preconizou, é dada através do trabalho. Daí a importância que ele dá às Associações, como a Internacional, e mesmo a conceitos como o de alienação do trabalhador e também ao de proletariado. Contudo, é inegável que o capital conseguiu diluir essa importância, “flexibilizando” o trabalho, tal qual Marx conhecia. Hoje, médicos, advogados, jornalistas, profissionais liberais em geral são trabalhadores, mas não têm como atuar coletivamente, pois não têm um “patrão” unificado. Daí a decadência dos sindicatos.

Mas como agir, se a associação de trabalhadores perdeu o viço de outrora? Há o movimento estudantil, que congrega valores e princípios, mas é datado, efêmero (a não ser que você siga o exemplo dos eternos representantes de entidades como a UJS). Há as associações de bairro, de moradores, que ainda caminham a passos lentos, se prendendo muito mais às picuinhas domésticas e conflitos de vizinhança.

Imaginamos que o catalisador da união se dê através da informação. É fundamental que o elemento que agregue as forças progressistas seja de esclarecimento, de universalização do conhecimento, acessível a todos (perdendo de vez o ranço de corporação de ofício). Por isso a rede de pessoas atuando em combate ao PIG é tão importante para nós.

Abertas inscrições para 1° Encontro de Blogueiros Progressistas

O 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas acontecerá nos dias 21 (sábado) e 22 (domingo) de agosto em São Paulo, capital. O objetivo é contribuir para a democratização dos meios de comunicação e fortalecer as mídias alternativas. As inscrições já estão abertas. Poderão se inscrever não apenas blogueiros, mas todos os interessados nas novas mídias sociais.

Nós nos esforçamos ao máximo — mesmo! — para viabilizá-lo em Brasília, mas o elevado custo de auditórios, acomodações e refeições e o prazo exíguo nos forçaram a rever o local. Ou fazíamos em São Paulo ou o Encontro não sairia antes das eleições. Optamos pela sua realização, pois é fundamental para este momento que a blogosfera vive. Tentaremos fazer o segundo em Brasília. O importante, pessoal, é acontecer o 1º Encontro.

A programação está sendo montada. Por enquanto, temos apenas as linhas gerais. Na próxima semana, ela será concluída e divulgada.

O encontro começará no sábado às 9h com debate sobre o papel da blogosfera na democratização dos meios de comunicação. Participarão Luiz Carlos Azenha, Paulo Henrique Amorim, Luis Nassif, Eduardo Guimarães, Rodrigo Vianna e Leandro Fortes.

À tarde ocorrerão sessões com palestrantes para se discutir as questões legais: orientação jurídica para atuar na web, medidas contra ameaças, cerceamento à liberdade de expressão. Também ocorrerão oficinas sobre twitter, videoweb, rastreamento de trolls e debates sobre a sustentabilidade financeira dos blogs.

No domingo das 9h à 12 h, em reuniões em grupo, blogueiros dos vários estados trocarão experiências e discutirão os desafios da blogosfera. À tarde, plenária para apresentação, discussão e aprovação da Carta do 1º Encontro Nacional dos Blogueiros.

INSCRIÇÕES, PASSAGENS, ACOMODAÇÃO E REFEIÇÕES

As inscrições custam 100 reais. Quanto mais rápidas, melhor para a organização do evento. Basta enviar e-mail para contato@baraodeitarare.org.br ou telefonar para (011)3054-1829. Falar com a Daniele Penha.

Para se inscrever, serão necessários os seguintes dados:

· * Nome/nickname

· * E-mail

· * Endereço do blog

· *Twitter ou outra rede social, caso participe. Preencha com a URL completa

· * Telefone

· * Cidade/Estado

A comissão organizadora está buscando patrocínios para garantir a gratuidade da hospedagem. Está em contato com uma empresa aérea para garantir desconto nas tarifas. Dependendo dos recursos levantados, o encontro também arcará com as despesas de refeições e parte das passagens para os blogueiros de outros estados.

Daremos total transparência à origem dos recursos e à prestação de contas. Os blogueiros poderão acompanhá-la online.

AMIGOS DA BLOGOSFERA

Para custear a participação de palestrantes e parte das despesas de blogueiros de outros estados, lançamos a campanha Amigos da Blogosfera. São 20 cotas de 3 mil reais.

Já confirmaram a compra de uma cota: Apeoesp, Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Viomundo , Conversa Afiada e Seja dita a verdade.

Se quiser ser mais um dos Amigos da Blogosfera, ligue para (011)3054-1829.

(*) Comissão Organizadora: Luiz Carlos Azenha, Altamiro Borges, Conceição Lemes, Paulo Henrique Amorim, Eduardo Guimarães, Conceição Oliveira, Renato Rovai, Rodrigo Vianna e Diego Casaes.

Apoio institucional: Instituto Barão de Itararé, Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação (Altercom) e Movimento dos Sem Mídia (MSM).

Extraído de: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16805

sexta-feira, 23 de julho de 2010

DILAPIDANDO O PATRIMÔNIO

Assunto tabu nas entrevistas do candidato José Serra, as privatizações são a marca maior do fracasso do Governo FHC. Patrimônio público torrado tal qual notas de dólares enrolando charutos dos barões. Para tornar o quadro mais dramático, com financiamento público do BNDES.
Lula atropelou Alckmin quando conseguiu impor essa pauta na última campanha. Mas, ao invés da auto-crítica, de uma nova formulação, os tucanos oferecem apenas mais do mesmo, numa receita amarga e que já foi rejeitada pelo povo.
Na verdade, as pessoas que compõem o corpo editorial desse blog acreditam que os processos de privatização tocados na surdina deveriam ser revistos, numa ampla auditoria pública, para mensurar o tamanho do prejuízo que tomamos, limpar de uma vez por todas a sujeira que ficou escondida debaixo do tapete e, se for o caso, reverter o quadro com a estatização das empresas que nos foram garfadas.

Para Serra, bancos estaduais devem ser privatizados

O candidato tucano José Serra afirmou na segunda-feira (21), em sabatina realizada pelo jornal “Folha de S. Paulo” e pelo portal “UOL”, que “os Estados não devem possuir bancos comerciais”. A declaração foi feita para tentar se explicar sobre o fato do estado de São Paulo ter se desfeito do banco estadual Nossa Caixa. O banco paulista só não foi privatizado porque o Banco do Brasil e o governo federal não deixaram e acabaram adquirindo a instituição.
Com essa declaração de Serra, fica a pergunta. Se os estados não podem possuir bancos comerciais, por que Serra, se eleito, manteria os bancos comerciais Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil nas mãos do poder público? Quando ele esteve no governo, como ministro de FHC (Planejamento e depois Saúde), foram privatizadas mais de uma centena de empresas públicas, entre elas, vários bancos públicos estaduais.
Serra, que foi presidente do comitê de privatização de Fernando Henrique, disse na sabatina que “a idéia das privatizações não está fechada”, apesar de dizer que neste momento não há espaço para falar em privatizações. Apesar disso, no programa “Roda Viva”, da TV Cultura, o candidato tucano disse que, se eleito, vai privatizar aeroporto, rodovias federais e cobrar mais pedágios.
Só em São Paulo, os tucanos entregaram de mão beijada o Banespa para o espanhol Santander, a Eletropaulo para a americana AES, a CTEEP ao grupo colombiano ISA, a Congás para British Petroleum e Shell, a Telesp para a Telefônica de Espanha, etc. Em 2008, Serra colocou a Cesp para privatização, que acabou fracassada pela resistência que gerou.

SÉRGIO CRUZ

( Publicado no HORA DO POVO, edição 2874, 23 de Junho de 2010 )

sábado, 17 de julho de 2010

OFENSA ÀS NORMAS DO PIG

A Playboy Entertainment anunciou, que vai rescindir o contrato com a versão de Portugal por causa da edição que homenageia o livro “Evangelho segundo Jesus Cristo”, de José Saramago. A duração da versão portuguesa da revista foi curta. O primeiro número saiu em março de 2009, com a cantora Mônica Sofia na capa.
A homenagem ousada retratava a figura de Jesus Cristo, tal qual a Igreja o imagina, um superstar de olhos azuis, cabelos longos e barba de astro de cinema. É pouco provável que um judeu da Galiléia tivesse essa aparência, mas o imaginário popular assim o absorveu. A revista representou passagens do livro de Saramago não só na capa, mas também nas páginas centrais. O livro, de 1991, marca o rompimento definitivo de Saramago com a Igreja Católica, instituição ainda muito forte em Portugal.
“Não vimos nem aprovamos a capa e as fotografias do número de Julho da Playboy Portugal. Trata-se de uma violação chocante das nossas normas e não teria sido permitida a publicação, se tivéssemos conhecimento antecipado”, declarou Theresa Hennessy, vice-presidente da Playboy, ao site Gawker.
Quais normas foram ofendidas? De repente, Playboy virou uma seita de virgens vestais, apesar de tratar mulheres como objetos de consumo e onanismo desde sua criação, lá nos anos 50 do século passado.
O falso moralismo, o papel de guardião dos bons costumes, é uma das características mais marcantes do PIG. A capa da Playboy portuguesa é forte, mas criativa e moderna. Melhor do que vestir uma mulher de coelhinha com o rabo arrebitado e dedinho na boca. Que é o que a Playboy faz há 50 anos, variando muito pouco sobre o tema.
A Playboy brasileira há algum tempo abdicou da suposta intelectualidade das famosas entrevistas e se converteu em mais uma das opções fetichistas para vermos celebridades nuas. Sua linha editorial segue a cartilha da Abril, capitaneada pela Veja. A revista, que já teve Juca Kfouri como diretor, se transformou em mais um braço armado do PIG. Uma arma leve, que intercala piadinhas contra Fidel, Chávez com “dicas” para fracassados comerem mais garotas e americanas siliconas em pêlo.


Saramago morreu aos 87 anos, em sua casa nas Ilhas Canárias, e foi considerado um dos grandes nomes da literatura contemporânea mundial. Seu livro “Ensaio sobre a cegueira” lhe rendeu o Nobel de Literatura.

Fontes:
http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2010/07/07/imprensa36784.shtml
http://www.oreporter.com/detalhes.php?id=22413
http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2010/07/08/imprensa36823.shtml
http://colunistas.ig.com.br/flaviogomes/2010/07/15/quais-as-normas-mesmo/Link


sexta-feira, 16 de julho de 2010

RECORDE NA GERAÇÃO DE EMPREGOS FORMAIS

Cá estamos depois de longo e tenebroso inverno. Inverno no cerrado é assim mesmo, dura uma semana. Apesar de estar impossibilitado de postar, continuo lendo e procurando artigos interessantes para compartilharmos.

Esse aqui é bem significativo, pois vem no rescaldo do neoliberalismo mais empedernido, da década de 90. Quem ingressou no mercado de trabalho nessa época, como eu, se habituou a expressões como flexibilização de direitos, diminuição da carga tributária trabalhista, empegabilidade e o diabo a quatro.

Grosso modo, tínhamos três opções: concursos públicos (em quantidade e qualidade muito menor do que hoje), aventuras em subempregos no exterior (como lavar banheiro de americano porco) e banditismo, sem mais delongas. Fiz a primeira opção, a mais conservadora, para espanto daqueles que ainda me taxam de radical.

Fico feliz que a realidade do jovem esteja mudando. Não é o melhor dos mundos, mas perto das agruras que passamos, dá uma sensação de alívio.

O que percebo, contudo é que há uma espécie de “choque de gerações”. A minha geração, acostumada com quireras por força das circunstâncias teve que se habituar com pouco. A alienação do trabalhador atingiu níveis inéditos. Hoje, com esse novo cenário, percebo que poucos acreditam, vários têm medo, e alguns se ressentem de que o tempo não pára.



Do portal Terra: País caminha para índice inédito de emprego formal

Por Ana Cláudia Barros

O Brasil criou cerca de 1,5 milhão de empregos formais nos primeiros seis meses de 2010. A estimativa é do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que divulga, nesta quinta-feira (15), em Brasília, os números relativos a junho do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Na análise do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, o desempenho do primeiro semestre, considerado histórico, sinaliza, em primeiro lugar, que o País conseguiu sair mais forte da crise financeira internacional, que atingiu o mundo entre 2008 e 2009.

- Em segundo lugar, significa que os empregos estão não apenas sendo impulsionados pela capacidade instalada, que havia sido reduzida em função da crise. Mais do que isso: vêm sendo puxados pelos novos investimentos.

Sobre as projeções do ministro Lupi, que espera fechar 2010 com com 2,5 milhões de contratações com carteira assinada, Pochmann considera a estimativa factível.

- Nós trabalhamos na passagem do ano passado para este, com o número de 2 milhões, mas a expectativa de crescimento da economia nacional não era como está agora. Portanto, dada a evolução até o momento, esse novo ritmo, é bastante provável que nós tenhamos um universo de empregos gerados acima de 2 milhões, aproximando-se dos 2,5 milhões.

Mais do que expressivo, segundo o economista, o número é inédito na história do Brasil. Na prática, significa dizer que, a cada dez postos de trabalhos gerados, nove já são formais, conforme explica o presidente do Ipea.

- Desde a introdução da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que não havia se registrado experiência como essa. Isso acontece depois de toda a avalanche de argumentos, nos anos 90, de que o Brasil não geraria empregos com carteira assinada porque a CLT estava ultrapassada e impossibilitava isso.

Acréscimo do Hermes:

Para ficar mais clara a diferença entre Lula e FHC, peguei os dados do Ipeadata sobre o saldo de empregos. O gráfico* é assustador! Vejam só:



Ou seja, o Lula criou 10.216.341 empregos até aqui. Mais de 10 milhões de empregos em 7 anos!

O FHC demoraria 22 ANOS E 11 MESES para fazer o que o Lula fez em 7 ANOS E 6 MESES!

Uma baile!

* Os dados foram extraídos do Ipeadata. A série se inicia em maio de 1999. Aliás, essa estratégia do FHC de começar séries de emprego em maio já foi objeto de um outro post meu (Lanço aqui uma suspeita sobre o governo FHC). Os dados só vão até março de 2010. De abril a maio usei os valores do Correio Braziliense de hoje, bem como o valor de junho, que é uma estimativa. Esses últimos valores só apresentam os milhares.

sábado, 10 de julho de 2010

CAPA DA VEJA

O capa da Veja é um dos sujeitos mais execráveis desse país. Felizmente, perde poder diuturnamente e hoje só influência uma meia dúzia de bobos, quase obrigatoriamente paulistas e de classe média.
Mas não é do capa que eu quero falar, e sim das capas. Essa era uma das idéias originais do blog. Comentar as capas dessa revista asquerosa. E eis que me deparo com um post do amigo esquedopata:

Uma de 2002 e outra de 2010. A linha editorial dessa revista já superou qualquer parâmetro de jornalismo. Dispensa maiores considerações. Apenas para refrescar a memória, alguns momentos dessa história:

Em 1988, criando um candidato. Ainda hoje é impensável tornar popular um obscuro político alagoano, qualquer que seja sua matiz ideológica. Um trabalho de equipe, dos Marinho e Civita de mãos dadas.

2003. A ameaça à classe média não é dissimulada. Tão felizes em refestelar com as migalhas caídas da mesa dos nobres, entram em polvorosa quando o assunto é repartir a riqueza do país, ciosos da sua condição vassala.

2008. O maniqueísmo é outra marca registrado do panfleto que ainda vive dos suspiros da guerra fria. Achávamos que ninguém endossaria o discurso chauvista de Gerorge W. Bush acerca do "eixo do mal". Na verdade, parece ter sido escrito por Mainardi, Azevedo e caterva.

Essa é de fevereiro desse ano. Dilma sisuda, carrancuda, e com um artigo para lá de especial anunciado sob sua cabeça.

Mas a sequência, logo em abril que é de arrepiar. Nosferatu, de gengivas escondidas, parece o amiguinho das crianças que tomam banho e obedecem a mamãe. É uma cópia descarada da foto da capa da Time com o Obama.
Poderia ir longe, mas vou parar por aqui deixando apenas uma sugestão de leitura: VEJA: o indispensável partido neoliberal (1989-2002), de Carla Luciana Silva, Edunioeste, 2009, 258 páginas.
Mais sobre o livro você encontra aqui:
http://www.midiaindependente.org/pt/red/2010/05/471190.shtml

A COPA DA GLOBO


Começo pedindo desculpas aos seguidores, pela falta de atualização do blog. Motivos profissionais têm me impedido de acessá-lo durante a semana, e assim manter as postagens em dia. Bola pra frente, logo a situação se normalizará. Enquanto isso, mais um texto do Flávio Gomes, de quem estou me tornando fã. Ele não tem os ranços típicos de quem está calejado da lida política, que é quase sempre sórdida. E mantem um texto sem frescuras, direto e pessoal. Ainda chego lá...


Fonte: http://colunistas.ig.com.br/copa2010flaviogomes/2010/07/08/a-copa-da-globo/


Assisti à toda a cerimônia de lançamento do logotipo oficial da Copa de 2014. Que, aliás, não é novidade para os leitores do iG e, por tabela, deste blog. Antes mesmo de a Copa de 2010 começar o iG furou todo mundo e mostrou como seria o emblema, lembram? Se não lembram, lembrem. Está aqui.

Quem desenhou a bagaça foi a agência África, de Nizan Guanaes. Algumas agências que participaram do concurso ficaram meio putas da vida. Entre outras coisas, porque a comissão julgadora tinha Ivete Sangalo, Gisele Bündchen e Paulo Coelho. Além de Hans Donner.

Hans Donner é o logotipista (existe isso?) da TV Globo. E é apenas a primeira ponta do iceberg global que será essa Copa de 2014.

Anotem: teremos todo tipo de desmando, sacanagem, roubalheira, desvio de grana, absurdo e putaria na montagem dessa Copa. Mas, na Globo, ela será, nos próximos quatro anos, a coisa mais rósea do planeta, nossa afirmação definitiva, teremos os melhores estádios do universo conhecido, será a prova de que o povo brasileiro, com muito orgulho e com muito amor, é capaz de tudo.

A Copa é da Globo. Viram os mestres-de-cerimônia da apresentação na África do Sul? Fernanda Lima e seu namorado cujo nome me escapa (a Mia, aqui da rádio, me diz: Rodrigo Hilbert; o que ele é?, pergunto, e a Mia: bonito, lindo, gato). Ambos são atores da Globo, e são casados.

Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert. Me diz ainda a Mia: são o Casal 20 da Globo.

Certo.

Coisa mais brega, puta que pariu.

Aí vem o clipe com as imagens de sempre, carnaval, mulatas, pantanal, Amazônia, espigões de São Paulo, Pão de Açúcar, Corcovado, elevador Lacerda, praias, tutu de feijão, tudo ok, porque é isso que tem mesmo no Brasil, não se deve ter vergonha de nada. O Brasil é bonito e essas coisas são legais.

Mas o narrador era Renato Machado.

Da Globo.

Ao final do clipe, a vinhetinha Brasil-sil-sil.

Da Globo.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

PEQUENO TRATADO DO MAU PERDEDOR

Esse não é um blog sobre futebol. Aliás, entre os heróicos seguidores e editores, a minoria se compraz com o esporte bretão. Mas esse é um texto oportuno, até porque, futebol e política andam juntos sempre. A própria FIFA, quando diz não admitir interferência “política” está exercendo seu poder (político) monopólico do interesse futebolístico.

Já vi 8 copas, estou ficando velho. As duas primeiras (82 e 86), jogamos bem e perdemos. As duas seguintes, jogamos mal. Perdemos uma (90) e ganhamos outra (94). Depois, jogamos bem duas em carreira, e novamente perdemos uma (98) e ganhamos outra (2002). Por fim, as duas mais recentes (06 e 10), jogamos mal e perdemos.

Como se vê, não há muita relação entre jogar bem e vencer. Até porque o primeiro critério é subjetivo, humanos, desperta paixões e controvérsias. Vencer, contudo, é algo que pode se quantificar, contabilizar, precisa e objetivamente.


A importância do tema


Albert Camus dizia “o que finalmente eu mais sei sobre a moral e as obrigações do homem devo ao futebol”. Se costuma dar pouca importância ao futebol nos círculos mais bem informados. É uma contradição, na minha opinião, pois isso deriva em grande parte da forma como é feita a cobertura jornalística do futebol: um besteirol, que presume que quem se interessa por esse tipo de notícias é, no mínimo, um imbecil. Veja o que escreveu a esse respeito Leandro Fortes:

Passados quase 25 anos, o estilo burlesco de se cobrir esporte no Brasil passou a ser uma regra, quando não uma doutrina, apoiado na tese de que, ao contrário das demais áreas de interesse humano, esporte é apenas uma brincadeira, no fim das contas. Pode ser, quando se fala de handebol, tênis de mesa e salto ornamental, mas não de futebol. O futebol, dentro e fora do país, mobiliza imensos contingentes populacionais e está baseado num fluxo de negócios que envolve, no todo, bilhões de reais. Ao lado de seu caráter lúdico, caminha uma identidade cultural que, no nosso caso, confunde-se com a própria identidade nacional, a ponto de somente ele, o futebol, em tempos de copa, conseguir agregar à sociedade brasileira um genuíno caráter patriótico. Basta ver os carros cobertos de bandeiras no capô e de bandeirolas nas janelas. É o momento em que mesmos os ricos, sempre tão envergonhados dos maus modos da brasilidade, passam a ostentar em seus carrões importados e caminhonetes motor 10.0 esse orgulho verde-e-amarelo de ocasião. Não é pouca coisa, portanto.”


Espero que se finde, de uma vez por todas a Era Dunga, que nos infernizou como jogador e técnico. Imagine um pedreiro que após 30 anos de vivência na profissão ainda não saiba como construir uma casa sólida e bela. É um incompetente. Esse é o Dunga; mas ele é só a ponta do iceberg, um testa de ferro que a CBF colocou à frente do seu selecionado. Talvez seja sacrifício demasiado imputar o símbolo de duas gerações tacanhas a um indivíduo. Talvez, pois entre ser o operário padrão e o líder insubordinado, Dunga vestiu com prazer a primeira farda. Duas vezes.

Vejo na Era Dunga, duas vertentes em sua pequena complexidade, a questão da mentalidade e da parte técnica, pois “Dunga é um cara sem grande imaginação. Honesto nos princípios, aparentemente, mas limitado na criatividade e no trato com as pessoas.”.


Filosofia da mediocridade


Imagine-se no lugar dele: rodeado por cidadãos que moram a milhares de quilômetros do Brasil, com fortunas de vários dígitos (em euros), você tentaria incutir nessas cabeças ocas o fervor patriótico como motivação para o simples bem exercer de seus metiês? É patética essa história de jogar pela pátria: nós torcemos pela seleção, mas ela não é do povo, nem da Globo: é da CBF e patrocinadores. Essa demagogia do Dunga até se casa com o merchand do brahmeiro guerreiro, mas não tem nada a ver com futebol, ainda mais com a nossa tradição futebolística.

Sobre isso, li uma reportagem a respeito de um jogador do carrossel holandês de 74 chamado Johan Neeskens, que era considerado o melhor coadjuvante de Cruyff na laranja mecânica. Em 78, o astro Cruyff se negou a participar, em protesto contra a ditadura argentina (e por força de questões comerciais. Não há idealismo com tanta grana envolvida). Neeskens, por seu turno, afirmou que iria para a Argentina e que suaria sangue, se necessário. Amor à casa de Orange? Não, isso era, segundo o próprio, para “valorizar minha cotação no mercado futebolístico internacional”. Em ambas as copas a Holanda foi vice.

Ainda sobre mentalidade, muito se exaltou o ente chamado grupo. Grupo em futebol, simplesmente é o sentimento de solidariedade que faz com que todos procurem atacar e defender. Lógico que existe a tática, as posições, mas o fator “grupo” faz com que o atleta se desdobre em várias funções, não se contentando com a burocrática execução de sua determinações. O grupo não faz gol, mais serve como um balanceamento ao excesso de individualismo. Na prova de fogo, a situação adversa contra a atual seleção holandesa, o que se viu foi um festival de indivíduos transtornados, correndo com a bola num autêntico “cu-de-boi”, como se diz na pelada. Vedetes consumidas pela vaidade ante o fracasso, se olhando no telão e imaginando as perdas nos contratos de publicidade. O grupo era mentira, criada para atiçar ânimos belicosos de jogadores subservientes.

Futebol não é guerra e não precisa rechear o time de cabos e soldados armados com espingardas e trabucos. É preferível usar jogadores de futebol, bons, se possível. Também não precisamos de “inimigos”. Tentaram eleger Dunga como arauto anti-Globo. Que a cobertura esportiva da Globo é nefasta e perniciosa eu já falei parágrafos acima. Porém, a falta de polidez dele não melhora nada, pelo contrário: agora sim a Vênus platinada terá argumentos de sobra para provar que “torce” pelo Brasil. Xingar um badeco numa entrevista dias após ter dado entrevista exclusiva na bancada do jornal Nacional, para nos restringirmos ao jargão dunguístico, não tem a menor coerência. Dunga de mal da Globo é que nem a Folha falando mal do Sarney. Como pergunta PHA, eles descobriram o Sarney agora?


Na parte técnica, Dunga peca por ignorância. Ele acreditou que Kaká e Robinho são craques. São diferentes, bons jogadores, que executam funções incomuns e têm estilo difícil de imitar. Mas não são craques. A Globo é mais culpada que ele, por fazer parte da “mídia”. Determinados jogadores são pinçados como garotos propaganda e daí ascendem ao status de craque. Na última copa, elegeram Cannavaro o melhor do mundial. Acho que o Chicão do Corínthians é melhor que ele. Nessa copa, as esperanças da Nike estavam depositadas em Rooney, Ribery, Drogba e Cristiano Ronaldo. Não é maldição, talvez coincidência o fato de todos terem voltado para casa bem cedo. O que eu tenho certeza é que são bons jogadores, mas não os fenômenos virtuais que a propaganda vende, e seus “genéricos” estão em qualquer campeonato nacional da América do Sul. Nessa horda de medíocres, os sudacas, sem evoluírem nada, estão se destacando, o que serve de reforço a minha tese de nivelação por baixo dos valores individuais. Craques como Maradona, Ronaldo (o fofo), Zidane (para ficar nos que eu vi jogar) não nascem todo dia, e com o direcionamento que os atletas têm desde tenra idade para os holofotes comerciais, tendem a se tornam espécies em extinção.


Peço desculpa pelo tom de desabafo. No final das contas, eu preferia estar errado. E que a culpa fosse do urucão do Mick Jagger, que foi lá secar o scratch canarinho.