Não tenho subsídios para analisar com propriedade o papel geopolítico de Muamar Kadafi, assassinado ontem pelos rebeldes líbios. Tampouco tenho capacidade para entender o que representará a sua morte. Ignoro também qual seja o legado do seu "Livro Verde", de seu apreço por Nasser, pela idéia de uma república pan-arábica, de suas ações terroristas e de sua final aproximação com os líderes ocidentais. Comodamente, com a bunda gorda numa cadeira confortável, passo essa tarefa ao julgamento da história.
Não sem me sentir impotente, profundamente impressionado com as imagens de sua execução. Nem sei se devia exibir o vídeo, há recursos de linguagem muito mais elegantes, mas isso não sai da minha cabeça, e por mais abjeto que seja, faz parte do que estou expressando.
Muita coisa interessante já foi escrito. Na Carta Maior, no artigo de Mauro Santayana para o JB (que traz na conclusão um veredito semelhante ao meu). E principalmente no relato de Georges Bourdokan. Me espanta que a morte de Kadafi esteja sendo mais repercutida que a do Bin Laden, como se tal comparação pudesse romper as barreiras do absurdo e adentrar à sociedade do espetáculo diretamente nas manchetes da TV ou nas primeiras páginas dos jornais.
Um detalhe na biografia de Kadafi me chama a atenção. Ele liderou a revolução dos coronéis (patentes mais baixas) que derrubou a monarquia líbia com 27 anos, em 1969!
Já esse ano duas frases ficaram marcadas para mim: "Eles querem que eu renuncie, vou renunciar do quê? Sou o líder da revolução, Muamar Kadhafi não tem nenhum posto oficial ao qual renunciar. Ele é o líder da revolução para sempre."
E por fim, a máxima que ele cumpriu integralmente: "Lutarei até a última gota de meu sangue." Pelo quê, a história se encarregará de responder.
Não sem me sentir impotente, profundamente impressionado com as imagens de sua execução. Nem sei se devia exibir o vídeo, há recursos de linguagem muito mais elegantes, mas isso não sai da minha cabeça, e por mais abjeto que seja, faz parte do que estou expressando.
Muita coisa interessante já foi escrito. Na Carta Maior, no artigo de Mauro Santayana para o JB (que traz na conclusão um veredito semelhante ao meu). E principalmente no relato de Georges Bourdokan. Me espanta que a morte de Kadafi esteja sendo mais repercutida que a do Bin Laden, como se tal comparação pudesse romper as barreiras do absurdo e adentrar à sociedade do espetáculo diretamente nas manchetes da TV ou nas primeiras páginas dos jornais.
Um detalhe na biografia de Kadafi me chama a atenção. Ele liderou a revolução dos coronéis (patentes mais baixas) que derrubou a monarquia líbia com 27 anos, em 1969!
Já esse ano duas frases ficaram marcadas para mim: "Eles querem que eu renuncie, vou renunciar do quê? Sou o líder da revolução, Muamar Kadhafi não tem nenhum posto oficial ao qual renunciar. Ele é o líder da revolução para sempre."
E por fim, a máxima que ele cumpriu integralmente: "Lutarei até a última gota de meu sangue." Pelo quê, a história se encarregará de responder.
Atualizando
22/10/11 00:29
Achei outro texto que reflete perfeitamente meu espanto nas Crônicas do Motta. Recomendo a visita, pois as imagens iniciais são impactantes, além de se encaixarem na prosa.
22/10/11 00:29
Achei outro texto que reflete perfeitamente meu espanto nas Crônicas do Motta. Recomendo a visita, pois as imagens iniciais são impactantes, além de se encaixarem na prosa.
2 comentários:
Mais três textos sobre o Kadafi:
1. Esse aqui, de um cara desconhecido, meio engraçadinho, mas com senso de humor a la Rafinha Bastos, mostra um ponto que me chama a atenção: o apego de Kadafi ao Poder.
http://www.fabiosalvador.com.br/index.php?materia=533
2. Aqui, Celso Lungaretti mostra que não dá para analisar a questão em termos maniqueístas. Estamos tratando de homens, e não de anjos ou demônios.
http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/2011/10/gaddafi-as-contradicoes-e-o-maniqueismo.html
3. Por fim, um elogio à Kadafi pelo insuspeito português Miguel Urbano Rodrigues, que afirma que, no final, o líbio voltou às suas origens.
http://resistir.info/mur/libia_20out11.html
Não sei se esclarece, mas pelo menos dá pano pra manga.
Lembrando que o texto do Fábio Salvador é de 27/02.
Fuçando na net, encontrei esse, de um dos jornalistas que foram proibidos de entrar na Líbia - pelos rebeldes! Rebeldes cuja primeira medida foi a instalação de um banco central(?)
http://www.diretodaredacao.com/noticia/otan-e-midia-de-mercado-estao-vibrando
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