sexta-feira, 16 de julho de 2010

RECORDE NA GERAÇÃO DE EMPREGOS FORMAIS

Cá estamos depois de longo e tenebroso inverno. Inverno no cerrado é assim mesmo, dura uma semana. Apesar de estar impossibilitado de postar, continuo lendo e procurando artigos interessantes para compartilharmos.

Esse aqui é bem significativo, pois vem no rescaldo do neoliberalismo mais empedernido, da década de 90. Quem ingressou no mercado de trabalho nessa época, como eu, se habituou a expressões como flexibilização de direitos, diminuição da carga tributária trabalhista, empegabilidade e o diabo a quatro.

Grosso modo, tínhamos três opções: concursos públicos (em quantidade e qualidade muito menor do que hoje), aventuras em subempregos no exterior (como lavar banheiro de americano porco) e banditismo, sem mais delongas. Fiz a primeira opção, a mais conservadora, para espanto daqueles que ainda me taxam de radical.

Fico feliz que a realidade do jovem esteja mudando. Não é o melhor dos mundos, mas perto das agruras que passamos, dá uma sensação de alívio.

O que percebo, contudo é que há uma espécie de “choque de gerações”. A minha geração, acostumada com quireras por força das circunstâncias teve que se habituar com pouco. A alienação do trabalhador atingiu níveis inéditos. Hoje, com esse novo cenário, percebo que poucos acreditam, vários têm medo, e alguns se ressentem de que o tempo não pára.



Do portal Terra: País caminha para índice inédito de emprego formal

Por Ana Cláudia Barros

O Brasil criou cerca de 1,5 milhão de empregos formais nos primeiros seis meses de 2010. A estimativa é do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que divulga, nesta quinta-feira (15), em Brasília, os números relativos a junho do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Na análise do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, o desempenho do primeiro semestre, considerado histórico, sinaliza, em primeiro lugar, que o País conseguiu sair mais forte da crise financeira internacional, que atingiu o mundo entre 2008 e 2009.

- Em segundo lugar, significa que os empregos estão não apenas sendo impulsionados pela capacidade instalada, que havia sido reduzida em função da crise. Mais do que isso: vêm sendo puxados pelos novos investimentos.

Sobre as projeções do ministro Lupi, que espera fechar 2010 com com 2,5 milhões de contratações com carteira assinada, Pochmann considera a estimativa factível.

- Nós trabalhamos na passagem do ano passado para este, com o número de 2 milhões, mas a expectativa de crescimento da economia nacional não era como está agora. Portanto, dada a evolução até o momento, esse novo ritmo, é bastante provável que nós tenhamos um universo de empregos gerados acima de 2 milhões, aproximando-se dos 2,5 milhões.

Mais do que expressivo, segundo o economista, o número é inédito na história do Brasil. Na prática, significa dizer que, a cada dez postos de trabalhos gerados, nove já são formais, conforme explica o presidente do Ipea.

- Desde a introdução da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que não havia se registrado experiência como essa. Isso acontece depois de toda a avalanche de argumentos, nos anos 90, de que o Brasil não geraria empregos com carteira assinada porque a CLT estava ultrapassada e impossibilitava isso.

Acréscimo do Hermes:

Para ficar mais clara a diferença entre Lula e FHC, peguei os dados do Ipeadata sobre o saldo de empregos. O gráfico* é assustador! Vejam só:



Ou seja, o Lula criou 10.216.341 empregos até aqui. Mais de 10 milhões de empregos em 7 anos!

O FHC demoraria 22 ANOS E 11 MESES para fazer o que o Lula fez em 7 ANOS E 6 MESES!

Uma baile!

* Os dados foram extraídos do Ipeadata. A série se inicia em maio de 1999. Aliás, essa estratégia do FHC de começar séries de emprego em maio já foi objeto de um outro post meu (Lanço aqui uma suspeita sobre o governo FHC). Os dados só vão até março de 2010. De abril a maio usei os valores do Correio Braziliense de hoje, bem como o valor de junho, que é uma estimativa. Esses últimos valores só apresentam os milhares.

2 comentários:

Márcio Scott Teixeira disse...

Se a Miriam Leitão ler esse post vai falar em sua coluna que a perspectiva, na verdade, é de 2,5 milhões de desempregados a mais.

Marco disse...

A comparação entre os governos é tão díspar que fica enjoativa. Acho melhor captar o "espírito" da época FHC, as trevas, a incerteza, o pessimismo e compará-lo com o inegável bem estar de hoje. Só o PIG rema contra essa maré.