domingo, 15 de agosto de 2010

REMEXENDO ESQUELETOS

Novamente as Organizações Globo, agora com a Revista Época, fustigam o passado da candidata Dilma Roussef, suposta "terrorista".
Assim como o governo dos EUA, o PIG se apropria do termo terrorista, uma espécie de condenado por existir, sem tipificação penal prevista, ou seja, sem qualquer conotação jurídica, para classificar os inimigos. Como Bush e o seu indefectível "Eixo do Mal", todo mundo que é contra o que os barões de Cosme Velho querem, pode ser taxado de "terrorista".
Não se toca no assunto, mas há vários tucanos que participaram da luta armada. Gabeira (ou o ex-Gabeira), Aloysio Nunes Ferreira e José Aníbal (que inclusive militava no mesmo grupo que a Dilma), entre outros menos proeminentes.
A questão é: esses caras já renegaram seu passado de luta contra a ditadura. Como diz o Farol de Alexandria, ou o Príncipe dos Sociólogos, esqueçam o que escrevi. São palatáveis para os interesses do capital, deglutíveis pela a classe média conservadora.
Dilma não. Ainda tem que passar a ficha do que ela pretende: romper com o passado, fazer um governo de coalizão com as forças reacionárias ou ampliar e agudizar as reformas iniciadas no Governo Lula.
O grande medo da direita, da elite abjeta, representada pelo PIG, é que o país supere os ranços do atraso do poder enclausurado nas mãos de meia-dúzia de iluminados. O Estado de São Paulo ilustra isso: apenas 3 coronéis detiveram o poder no Estado nos últimos 16 anos. Todos do mesmo partido, e um seguidor do outro.
A pauta determinada por Ali Kamel, da Globo, escancara o pavor de que tenhamos uma redução drástica das desigualdades. O discurso do candidato Serra passa pelos preconceitos mais inconfessáveis, escondidos nos recônditos de uma mentalidade que insiste em qualificar as pessoas pelo que elas têm, e não pelo que elas são. Como Lacerda e a TPF, ele continua se postando contra a "República de Sindicalistas".
Nessa campanha, diante de ataques tão pérfidos, o novo governo democrático terá a possibilidade de dar um basta, pelo menos nessa linha editorial: um canal de televisão com a mesma capilaridade da Globo, alcançando as mesmas pessoas bombardeadas por essa ideologia do atraso, 100% público, sem comerciais, capitaneado pelos jornalistas que romperam com o padrão global.
Lutar contra ditadura era o único comportamento aceitável para pessoas decentes com o mínimo de informação. A opção pelas armas estava na ordem do dia. Foi pelas armas que o golpe se realizou; nada mais jsto que considerar uma oposição do mesmo feitio. Desconsiderar isso, descontextualizar o drama do país e da época é uma canalhice. Para Dilma, resta demonstrar se ela foi domesticada pelo sistema, ou se ela apenas trocou os fuzis pela diplomacia, mantendo seus ideais.
Espero que seja a segunda opção.

http://blogdobourdoukan.blogspot.com/search?q=dilma+ditadura

E eles foram perdoados...

Peço licença aos leitores para publicar uma frase que me emociona até hoje. E serve como resposta à decisão do STF que ontem ignorou o clamor da opinião publica contrária ao perdão para os torturadores.

A frase em questão foi dita pela ex-ministra Dilma Roussef.

Foi uma resposta ao senador Agripino Maia que havia dito que Dilma mentira aos seus “interrogadores” durante a ditadura militar.

Somente quem foi preso durante a ditadura pode entender o seu significado.

"Menti sim, senhor senador. Menti, mesmo sob tortura, para salvar a vida de outras pessoas que também lutavam contra os covardes".

3 comentários:

Airton disse...

Foto atual da Dilma estilo pop art :

http://www.flickr.com/photos/metalog/4903062908/

Norma disse...

Só mesmo quem viveu massacrado pela ditadura pode entender o real significado dessa fala da nossa futura Presidenta!

james brasil de kur disse...

rapaz, a próxima pesquisa vai tremer o globo, ou melhor, a globo.

Abraçs.