No rescaldo do passamento do candidato Eduardo Campos, que figurava nas pesquisas eleitorais com algo em torno de 8 ou 9%, o PIG se assanhou em o substituir por Marina Silva. Antes tão critica quando ministra do governo Lula, se tornou a redentora da elite contra o projeto democrático e popular. O sonho (ou delírio) de uma direita que se diagnosticou como sem líderes, mas que na verdade, se ressente da falta de um projeto para o Brasil.
Os comedores de carniça desconsideram que Marina Silva não tem partido. No frigir dos ovos sua "Rede" buscou guarida no PSB, mas com data certa para debandar: assim que consigam atender aos requisitos formais da legislação eleitoral.
Candidatos sem partido, ou pior, alocados em legendas de aluguel, nos trazem à memória Fernando Collor e, dos mais experientes, Jânio Quadros. Figuras metidas à salvadores da pátria, sem lastro ou qualquer base de sustentação, cujo destino é previsível. Repetir o mesmo erro pela terceira vez parece uma burrice inominável, mas no PIG sempre há espaço para quem quer tumultar o ambiente político.
O arautos da candidatura Marina, necrofágos num macabro episódio da sociedade do espetáculo, soam as primeiras trombetas contra a política de alianças do PT que, em nome da governabilidade, se aliou ao PTB de Roberto Jeferson e ao PMDB do José Sarney. Pois bem: com quem Marina governaria num hipotético mandato? Com os anjos? Com o PSDB? Com o DEM? Cartas à redação, por favor.
Deixando de lado a excitação mórbida dos analista e indo para as ruas, quem vota em Marina? É quem não vota no PT. Logo, Marina poderá herdar o eleitor de Eduardo Campos que o via como 3.ª via, além de adentrar pesado no eleitorado retrógrado que está desconfiado de Aécio, um dândi de modos injustificáveis, além do "case" Pastor Everaldo.
O eleitorado da Dilma é diferente. Nele, Marina não tem penetração. É composto basicamente por petistas históricos e eleitores que o PT angariou depois de três sucessivas adminstrações vitoriosas. É um tipo de eleitor "conservador", que se exprime na máxima: "em time que está ganhando não se mexe". Ademais, há aqueles com a consciência de que a vida material dos brasileiros melhorou muito nos últimos doze anos.
A essa conclusão se pode chegar por corporativismo de classe ou testemunho próprio. Sob hipótese alguma pelas manchetes dos jornais ou da televisão. Estes, que formam o PIG, não merecem mais o apelido dos porquinhos. Estão mais para hienas ou vultures (abutres).
Nenhum comentário:
Postar um comentário