quarta-feira, 15 de setembro de 2010

PIG: Mais do mesmo

É fato que o PIG e os seus diletos empregados não conseguem engolir o fato de que Dilma leva essa eleição no primeiro turno de braçada. O desespero é tão grande que vale qualquer coisa, qualquer coisa mesmo desde ataques levianos como os que Serra nos brinda todos os dias em sua fatia do horário gratuito (impressionante como ele simplesmente não tem outro assunto e não consegue apresentar provas das coisas que diz) até as previsões tiradas da cartola feitas pela mulambada empregada pelo PIG. Os tais jornalistas têm se esforçado bastante e com muita diligência - a verdade seja dita - para conseguir arrancar algum eleitor de Dilma e arrastá-lo para as hostes demo-tucana. Não faltam exemplos, todos os dias, do esforço, de fidelidade canina, que os PIG boys praticam no intuito de desconstruir a candidata do PT e o próprio Partido dos Trabalhadores.
É bem verdade que o PT não é mais o partido que foi sonhado pelos seus fundadores e que, segundo o Mino Carta, mais se aproximou, no Brasil, do que seria um Partido político genuíno dentro de uma visão de tipos ideais weberiano, mas certamente o PT ainda guarda uma boa distância de partidos como o DEM ou o PSDB. Um exemplo dessa diferença pode ser exemplificada pelo comentário feito por Josette Sheeran, diretora do Programa Mundial de Alimentação da ONU. Segundo a diretora: "O Brasil está batendo a fome e nenhum outro país do mundo fez igual. Arremata ainda notando que programas como o Bolsa Família têm evitado que famílias vulneráveis voltem a cair no ciclo de fomos geradas pelas crises e que "graças a programas como esses, o Brasil conseguiu evitar que a crise dos alimentos nos anos 2007 e 2008 tivesse um impacto negativo". É bom lembrar que essas crises são endêmicas do capitalismo e são ainda mais virulentas quando vêm acompanhadas pela desrregularização dos mercados - que anda fora de moda, mas que é e sempre será a eterna paixão dos liberais e que aqui foi tentada pela coligação demo-tucana em seus oito famigerados anos de governo.
Esse pequeno exemplo atesta a gigantesca diferença constitutiva entre o PT e os demais partidos da oposição brasileira, mas a mulambada do PIG todo dia se esforça e muito para fazer a diferença nessa campanha. Hoje me deparei com a coluna de uma senhora chamada Eliane Cantanhêde, diligentíssima funcionária da folha (he he he) escrevendo sobre o lado obscuro do PT e deixando de forma subreptícia entendido que um reino de terror e trevas se aproxima com a continuação do governo do PT.
Acompanhem a brilhante linha de pensamento da funcionária da folha:

15/09/2010 - 11h26

"A declaração de que o PT terá mais poder com Dilma do que com Lula, feita pelo ex-ministro José Dirceu, eterno presidente de fato do partido, é motivo para reflexões, avaliações e projeções muito sérias. Até porque - ou principalmente porque - o PT tem sido um ausente do discurso de Dilma na campanha.

A equação não fecha: Dilma disfarça o partido, mas o partido vai ter ainda mais poder no governo dela?

No debate Rede TV!/Folha, no domingo à noite, Dilma relegou mais uma vez o PT ao segundo plano, referindo-se ao 'presidente Lula' e ao 'nosso governo' como os seus verdadeiros partidos. Mas Dirceu entregou o jogo: o PT é que vai dar as cartas no governo Dilma - que, não custa lembrar, era do PDT até outro dia.

A julgar pelas pesquisas, o PT vem numericamente forte por aí. Vai fazer uma bancada grande e experiente no Senado (calcanhar-de-Aquiles de Lula) e tende a ultrapassar o PMDB como maior bancada na Câmara. (Aliás, desbancando a candidatura do peemedebista Henrique Eduardo Alves para a presidência da Casa.)

O PT, então, será o líder no Congresso de uma imensa tropa formada desde o PCdo B ao PP de Maluf, depois de já ter transformado a CUT, o MST e a UNE em agências do governo, financiadas com recursos públicos; já ter aparelhado o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, a Petrobras, o BNDES; e estar em vias de 'extirpar' a oposição, como disse Lula sobre o DEM, enquanto ataca pessoalmente os tucanos Tasso Jereissatti no Ceará e Arthur Virgílio no Amazonas.

E aí entra a fala de Dirceu: 'A eleição de Dilma é mais importante do que a do Lula, porque é a eleição do projeto político'. Leia-se: Lula foi um meio para se chegar a um fim, ao tal 'projeto político'. Agora, falta explicar exatamente do que se trata, antes que o governo e o projeto se instalem. Dilma entregou um programa 'hard' de manhã ao TSE e, de tarde, retirou e entregou outro 'light'. Até agora, não se sabe ao certo qual é para valer.

Um dos laboratórios do 'projeto político' de Dirceu foi a liderança do PT na Câmara antes da eleição de Lula, que atuava e respirava conforme Dirceu mandava. Era ali o foco dos dossiês, das CPIs, das denúncias de todo tipo contra Collor, contra Itamar, contra Fernando Henrique, contra tudo e contra todos os demais.

E não é que foi dali que saíram Erenice Guerra, José Dias Toffoli, Márcio Silva? Saíram direto da central de dossiês contra adversários para o comando do país.

Erenice surgiu meio do nada e virou ministra da Casa Civil, principal cargo do governo. Toffoli é um ótimo sujeito, mas tinha todas as desvantagens e nenhum dos atributos para ser ministro, nada mais nada menos, do Supremo Tribunal Federal. E o tal do Márcio Silva é advogado da campanha de Dilma e dono de um escritório meteórico que, como diz o Painel da Folha de hoje (15/09/10), 'é assunto de advogados há muito estabelecidos em Brasília'.

Dilma teve a consideração de indicar a amiga e braço-direito Erenice Guerra como sua sucessora na Casa Civil. Mas, agora que a Casa Civil caiu (de novo) sob o peso da parentada toda dele, teve a desconsideração de rebaixá-la à condição de 'mera assessora'.

Deve estar aí a chave da questão: tem hora de esconder e tem hora de mostrar. É o PT das Erenices dos dossiês, do aparelhamento e do patrimonialismo que vai tocar o 'projeto político' em curso no país?

E com o inestimável apoio do PMDB, evidentemente."

(retirado de http://www1.folha.uol.com.br/colunas/elianecantanhede/799110-o-pt-de-dirceu-que-dilma-esconde.shtml)

É mole ou quer mais??

1) Pelo texto desta senhora inferimos que Lula governou totalmente desligado do PT e sem nenhuma ligação programática com o partido; e agora o terrível PT irá das as cartas em um governo Dilma. (putz!)

2) Cadê alguma prova para sustentar a acusação - grave, por sinal - que "ter transformado a CUT, o MST e a UNE em agências do governo, financiadas com recursos públicos; já ter aparelhado o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, a Petrobras, o BNDES" é a mesma tática do sósia do Sr. Burns.

3) O que exatamente funcionária da folha quer dizer com programa "hard" e programa "light"? subrepticiamente a funcionária da folha quer implicar que instituir e ampliar reformas que possam colocar em xeque mesmo que alguns dos eternos privilégios da turma seria algo "hard" algo execrável, coisa de comunistas maldosos, comedores de criancinhas.

E por aí vai... Fica difícil saber onde termina o preconceito e começa a canalhice. Pra terminar, um videozinho de uns meses atrás pra aqueles que não conhecem a senhora Eliane possam se apresentados a ela:



Um comentário:

Marco disse...

Em 2002, o PIG era identificado como um braço armado da oposição.
Porém, ao passo que a oposição encolhia*, a mídia aumentava sua ferocidade contra o governo eleito.
Personagens medíocres, como Jabor, Mainardi, Noblat, essa Catanhede, e outros que nem conheço, aceitaram o papel de testas-de-ferro do programa golpista.
O tempo passou, a correlação de forças mudou, e hoje é claro que o PIG é a oposição, e Serra, Álvaro Dias, Artur Virgílio são apenas seus representantes.
O discurso de Maria Judith Brito, presidente da ANJ, por mais espantoso que seja, é revelador: o partido capitão dessa oposição espumante e hidrofóbica é o PIG.
As últimas “denúncias” da Veja foram repercutidas no horário eleitoral do Serra antes da revista circular, na sexta-feira.
O conteúdo exclusivo para assinantes na internet foi transcrito pelo Noblat, no portal do Globo.
Já não se sabem mais quem são os homens e quem são os porcos, como disse Orwell.

* A oposição se recolheu à sua insignificância por dois motivos cruciais.
Primeiro, sua falta de projeto e a insistência em não realizar uma auto-crítica das cagadas que foram perpetradas nos anos FHC. Tangenciamos esse assunto no post “As idéias de J. Serra, que poderia ficar simplesmente em branco, tal o vazio de conteúdo;
Segundo, a ridícula opção de renegar os avanços sociais do governo Lula, como fez o DEM/PFL/ARENA ao interpelar o governo judicialmente(!) contra o PROUNI e se posicionar, enquanto legislativo e influência social, SEMPRE contra o governo, mesmo que as medidas fossem de benefício à população, como a iniciativa para debelar os efeitos da crise mundial (redução de impostos, liberação de créditos, etc).