"Faz duas semanas, deixei um país em guerra, afundado nas mais apocalípticas previsões, e desembarquei agora noutro, na volta, bem diferente, sem ter saído do Brasil. Durante meses, fomos submetidos a um massacre midiático sem precedentes, anunciando o caos na Copa do Fim do Mundo.
Fomos retratados como um povo de vagabundos, incompetentes, imprestáveis, corruptos, incapazes de organizar um evento deste porte. Sim, eu sei, não devemos confundir governo com Nação. Eles também sabem, mas, no afã de desgastar o governo da presidente Dilma Rousseff, acabaram esculhambando a nossa imagem no mundo todo, confundindo Jesus com Genésio, jogando sempre no popular quanto pior, melhor." Ricardo Kotscho
"A imagem disseminada pela imprensa nacional - era a de um fracasso retumbante. Por uma mera questão política, lançou-se ao mundo a pior imagem possível do Brasil. O maior evento da história do país, aquele que colocou os olhos do mundo sobre o Brasil, que atraiu para cá o turismo do mundo, foi manchado por uma propaganda negativa absurda. Em vez das belezas do país, da promoção turística, do engrandecimento da alma brasileira, da capacidade de organização do país, os grupos de mídia nacionais espalharam a imagem de um país dominado pelo crime e pela corrupção, sem capacidade de engenharia para construir estádios - justo o país que construiu duas das maiores hidrelétricas do planeta -, com epidemias grassando por todos os poros.Um dos jornais chegou a afirmar que haveria atentados na Copa, fruto de uma fantasiosa parceria entre os black blocks e o PCC. Outro informou sobre supostas epidemias de dengue em locais de jogo da Copa.
O episódio é exemplar para se mostrar a perda de rumo do jornalismo nacional, a incapacidade de separar a disputa política da noção de interesse nacional. E a falta de consideração para com seu principal produto: a notícia.Primeiro, cria-se o clima do fracasso.Criado o consenso, abre-se espaço para toda sorte de oportunismos. É o ex-jogador dizendo-se envergonhado da Copa, é a ex-apresentadora de TV dizendo que viajará na Copa para não passar vergonha." Luis Nassif
..."A grande vergonha do Brasil nesta Copa do Mundo foi o papel jogado pela mídia. Mentiram para todo o planeta, venderam o caos sobre um evento que tem sido considerado o melhor de toda a história.
Caos aéreo, trânsito impeditivo, rebelião nas ruas, violência contra turistas, surto de dengue, estádios incompletos, tudo isso foi apregoado pela mídia familiar brasileira e reverberado pela mídia de fora. Fora que nos preparativos ajudaram a confundir a opinião pública brasileira, misturando financiamento com orçamento, investimento público com privado.
Deram a entender falsamente que os recursos investidos em uma Copa do Mundo seriam suficientes para resolver todos os problemas da educação e da saúde pública brasileira.
Com a chegada de correspondentes estrangeiros ao país, e com o bom funcionamento do evento, a mentira desabou aos olhos de todos. Uma vergonha. Tudo feito para criar uma expectativa negativa sobre o país, para estimular o antigo complexo de vira-latas.
Um momento que serve de aprendizado para as pessoas honestas e de bem do país. A grande mídia ser desmascarada pela vida, pelos fatos, mostrando claramente a que e a quem servem. Mais uma clara demonstração de que a democratização da mídia é uma exigência da modernidade. " Barão de Itararé, no Facebook
Colômbia vs. Japão
A Colômbia deu mais uma demonstração de futebol soberba, somando 100% dos pontos disputados com uma folga invejável. Escalaram 8 reservas no primeiro tempo e mesmo assim foram mais perigosos, abriram o placar e deixaram de encaminhar a goleada por preciosismo, até que o Japão empatou no último lance.
Na segunda etapa entrou o craque James Rodríguez. Os inocentes japoneses que tentavam desesperadamente a virada, deixaram o rapaz com uma marcação frouxa. Aí foi covardia. Deitou e rolou, além de fazer um golaço, sacramentando a vitória e jogando uma pá de cal nos sonhos nipônicos.
Estava tão fácil que colocaram o goleiro reserva para bater o recorde de mais velho atleta a jogar um mundial. Faryd Mondragón está com 43 anos. Esteve na Copa de 1994! O jogador mais novo daquele mundial, Ronaldo Fofo, já pendurou as chuteiras faz tempo.
O Japão andou como caranguejo - para trás. Deu a impressão de jogar um esporte da década de 70, sem a intensidade atual. Quando eles montam uma equipe mais robusta, eles perdem em criatividade. Essa equipe até que é boa com a bola no pé, mas é inofensiva. Parece que são 10 jogadores como o nada saudoso Zinho (cera, enceradeira... cera, enceradeira). Não fizeram nem cócegas.
Grécia vs. Costa do Marfim, ou
Termópilas, Pernambuco, 2014.
Já dizia o citado acima Barão de Itararé, que daonde nada se espera, é dali que não sai nada mesmo. A Grécia renegou a filosofia do barão, reagindo como o exército de Leônidas frente aos persas. Com menos de 15 minutos já tinha feito duas alterações por lesão! Não tinha feito nenhum gol até agora! Era o franco favorito ao último lugar geral! E mesmo assim, arrancaram uma classificação que derrubou todas as apostas.
Sobre Costa do Marfim, é fato que os manos Touré jogaram abalados pela morte do outro irmão Ibrahim. Também é nítido que o diferencial do time, Drogba, estava sem condições físicas. Mas o técnico, na falta de uma expressão polida, é um tremendo bunda mole! Nos dois jogos anteriores precisou tomar gol para botar o time para frente - a ÚNICA forma que eles jogam bem. A história estava se repetindo, mas ele ainda tinha uma alteração a fazer, e colocou mais um volante no lugar do cara que poderia puxar o contra ataque da virada, Gervinho. Pois esse jogador foi quem cometeu o penalti aos 48' do 2.º tempo. Trágico, como bom enredo grego, mas merecido.
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Argentina vs. Nigéria
Messi desencantou. Ao lado do excelente coadjuvante Di Maria, La Pulga finalmente mostrou um lampejo do ser sobrenatural que joga no Barcelona. Parece que sem a pressão do resultado ele se soltou mais. É verdade que o gol logo no início contribuiu, mas Messi foi o fio condutor de todos os lances argentinos. Sorte nossa, que com esse resultados, só corremos o risco de cruzar com los hermanos na final.
A Nigéria deu a impressão de jogar melhor contra adversários mais fortes, onde ela pode se fechar um pouco mais, não precisa tomar a iniciativa do jogo e pode explorar contra ataques com o perigoso Musa. Vamos ver se esse padrão se repete nas oitavas, contra a França.
Bósnia-Herzegóvina vs. Irã
Contra um adversário desclassificado, o Irã não foi capaz de garantir sua classificação, que dependia única e exclusivamente deles, dada a vitória portenha no outro jogo. É a equipe com menos intercâmbio nesse mundial, mas desconhecer seus truques não fez diferença para os bósnios.
Estes, por sua vez entregaram o que ensaiaram contra a Argentina e omitiram contra a Nigéria: um proclamado ataque efetivo, dos melhores das eliminatórias europeias. Pena que tão tarde. Também arrisco afirmar que se beneficiaram - e muito - da providencial chuva soteropolitana no meio do jogo.
França vs. Equador.
Um incrível 0x0 com 30 chutes a gol! 20 da França, que consagrou o espirulão Dominguez como o goleiro do Fantástico. Ah, não existe mais fantástico! Então ele foi o best player.
A França fez rezevamento com vários jogadores, mas não poupou Benzema, que estava motivado a buscar a artilharia do campeonato.
Por falar em Benzema, houve um momento em que o estádio entoou a Marselhesa, que ele não canta, por questões ideológicas. Foi lindo.
O Equador foi o único sulamericano a ficar fora da fase seguinte. É verdade que o time é fraco. Dizem as más línguas que faltou a altitude, onde mandam suas partidas nas eliminatórias. Mas, meu pitaco, o que faltou a atitude (sem o L) por parte do seu técnico, outro covarde, nos moldes da Costa do Marfim. Alterações inexplicáveis, sempre tirando os atletas mais ofensivos e botando zagueiros. Aos 43' da segunda etapa ele colocou o artilheiro do time, Caicedo! Podemos dizer que perderam a classificação na virada que tomaram da Suíça, na 1.ª rodada. Hoje, bem de acordo com seu coach, "garantiram o empate".
Suíça vs. Equador
A Suíca está me derrubando no bolão. Jogaram meio-dia, em Brasília, contra o Equador. Pensei: "vão derreter". Que nada! Viraram o jogo nos acréscimos. Aí veio outra ideia: "são raçudos, vão ombrear forças contra os franceses". Tomaram um chocolate humilhante, como o espanhol. Aí pensei: "Em Manaus, com calor e com a moral lá embaixo não vão reagir" Eles me desmetiram novamente, ganhando com o propriedade de Honduras.
Essa, a seleção mais fraca do mundial de 2014, ficará na minha lembrança pela absurda "virilidade" dos seus defensores, lembrando históricos "beques de fazenda" que temos por aqui. Há vontade, disposição, mas muita falta de talento, brutalidade e grande desorganização. E mais ou menos o que o PIG previa que ia acontecer com o Brasil todo, seleção e nação.
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