Na eleição de 2010, a militância digital bateu de lavada na direita, ainda trôpega nas ferramentas que a internet oferece. Nessa eleição, porém, o quadro é outro. A internet, campo livre da intervenção estatal, é quase o paraíso capitalista. É o mundo do cada um por si, do self-made-man, dos que descobrem como se dar bem na terra de ninguém. O máximo que o Estado consegue é proibir a formação de reservas de conteúdo por preço diferenciado - a regulação da tal neutralidade.
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Como espaço em disputa, logo os tubarões tendem a predominar diante de peixes pequenos, tendência inexorável de acumulação. E isso é perceptível na campanha anti-copa, que por fim, só tem o objetivo de macular a imagem do governo petista: a avalanche de informações deturpadas, o desinteresse pelos grandes feitos do país, a máxima atenção aos detalhes que denotem qualquer falha, tudo isso vem no esteio de um pensamento já exteriorizado pelo diretor da Globo: evitar as "pautas positivas" para Copa.
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Resisto ao facebook e demais redes sociais justamente por isso: por não serem ambientes propícios ao debate e à honestidade intelectual, a troca de idéias se dá através de memês e mantras repetidos até que se tornem verdades. Esses memes que a direita dispara como metralhadora giratória sempre repetem o que a mídia, ou o PIG veicula. E as pessoas, bovinamente, os aceitam. Mesmo os ditos indiferentes, acabam se contaminando inconscientemente por esse discurso hipnótico e ininterrupto.
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Mesmo que a política cibernética tenha formatos diferentes, os métodos de atuação e os modelos táticos empregados pelos agentes do atraso refletem sua orientação ideológica. É perturbador o fato de que os cérebros por trás dos ataques mais sórdidos aos avanços e conquistas do governo petista tenham tido um passado esquerdista, quase sempre na Libelu, de orientação trotskista. Dessa época trazem suas artimanhas, que podem até soar como novidade aos recém-chegados na disputa política, mas é só um catadão das velhas táticas travestidas de "nova política". PIG e Black Blocs fazem mais que uma parceria afinada - são braços armados do mesmo corpo social anti-popular.
A tática Black Bloc tem como elemento constante a utilização da fraseologia ultra-esquerdista, com os reclames por melhores condições de saúde e educação como cortina de fumaça, com a qual procura explorar o sentimento de revolta das massas, buscando atraí-las e instigá-las a posições extremadas que não levam em conta a situação real, os compromissos obrigatórios, a aliança com forças conservadoras, o que eles mesmos chamam de governabilidade. Com isso, isolam os reais anseios do povo, tornando-os utópicos e irrealizáveis, conduzindo as manifestações ao insucesso e frustração.
O centro do ataque Black Bloc orienta-se contra o Partido dos Trabalhadores. Tudo que possa servir para enfraquecê-lo ou desacreditá-lo é usado sem nenhum escrúpulo. Ocultam o próprio medo, pois sabem que o PT é a única força de massas do país e o único meio dos 99% exercem o poder. Tratam por isso de difamar, deturpar a atividade dos petistas históricos, que militam a anos por um Brasil mais justo e pela emancipação popular, incompatibilizando-os com o povo. Intencionalmente confundem os defensores do povo com os traidores da pátria. Espalham boatos, atribuem ao partido "propósitos inconfessáveis", eivados de falsidade. Prometem a "nova democracia": sem governo, sem partidos e, talvez, sem povo. Aí começa a parceria com o baronato midiático e seus tentáculos - os hoje atrofiados jornais, a televisão e, principalmente, a internet: são eles que amplificam a cultura do ódio, da intolerância e da irracionalidade.
A histeria furiosa contra Lula e o seu legado é um dos principais chavões dessa campanha de guerra. São ridículos e ao mesmo tempo, cínicos nessa investida. Fazem coro com o mercado e qualquer outra figura reacionária objetivando denegrir Lula e a continuadora de sua obra, Dilma. A essa infame campanha se juntam as "celebridades", alienadas do seu papel social e renegadas de qualquer destaque.
No facebook, por suas próprias características, adotam o "entrismo", tática recomendada por Trostky para minar os partidos comunistas. Entrismo significa introduzir-se sorrateiramente e partidos e/ou organizações públicas (como uma rede social) com o fito de aí realizar o seu trabalho sectário e divisionista. Isolados do povo, sem condições de aparecem com a própria fisionomia perante a sociedade, recorrem às máscaras e ao anonimato como meio de camuflar ações escusas e fazer proselitismo. A par do entrismo, organizam grupos (ou comunidades virtuais) com posições aparentemente apolíticas e diversificadas, e usam desses grupos como portadores de opiniões ecléticas para, como diz o velho ditado, vender gato por lebre.
Trocando um ou outro nome, veremos cenas de um filme repetido: são os trotskistas, de mãos dadas com os burgueses, arremetendo contra os comunistas e suas experiências históricas, iludindo vãs esperanças de um mundo impossível de realizar. Às naturais dificuldades de se reverter um quadro de séculos de exploração soma-se esse desserviço, que deturpa, calunia e desinforma. Será que Francisco I também é um "petralha" enrustido?
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