quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Cantanhêde e a interne livre, leve e solta

Eliane Cantanhêde parece ter ficado muito entusiasmada com a divulgação da pesquisa CNT/Sensus. Quase podemos escutar, no podcast da colunista, os pulinhos de alegria da funcionária padrão do PIG ao fazer um exercício de futurologia usando os números da pesquisa. A funcionária do PIG, que disse que o instituto de pesquisa inflava os números de Dilma, trabalha com a hipótese da candidata do PT no limite inferior da margem de erro e o candidato demo-tucano n0 limite superior da margem de erro.

Cantanhêde também nos convida, serelepe, a esperarmos os novos números do Datafalha que, segundo a moça, são os números que "balizam" a disputa. Uma coisa me chamou a atenção: eu não ouvi a colunista se referir às calúnias que Dilma vem sofrendo dia sim e o outro também, mas agora ela fala que o clima em Brasília é propenso para o aparecimento de personagens obscuros e factóides já que, em suas palavras, a campanha de Dilma está em franco declínio e a de Serra está em ascensão. Será que por factóide a moça quer se referir ao Paulo Preto?

No poscast, ainda existem outras pérolas. A funcionária padrão do PIG alerta que em duas semanas muita coisa pode acontecer "ainda mais em dias de internet livre, leve e solta". Pergunto, como diria o Mino Carta, aos meus espantados botões o que será que ela quer dizer com isso. Quiçá chiste de jocosa satisfação sobre os recursos torpes que a campanha serrista usa jogando às favas qualquer resquício de moralidade, ética e decência?

A funcionária padrão do PIG termina quase conclama que os tucanos do Brasil deem as mãos e evitem viajar no feriadão. A classe média urbana está preparando as malas e pode deixar de votar. Cantanhêde parece esperar do fundo de seu coração que parcela dessa classe média urbana - que em grande medida é a mesma que vontando na Marina despejou o segundo turno no colo de Serra - cumpra o papel que lhe cabe.

Vários analistas, nos mais diversos blogs, alertam para que a campanha de Dilma reaja de maneira mais veemente. Mostre de forma inapelável a diferença do Brazil de FHC/PSDB e o Brasil de Lula/PT. Parece que está passando da hora de Lula entrar de sola na campanha. Olhar no olho do povo e perguntar seriamente que país que cada um quer. Lula precisa perguntar se as pessoas querem um país que começou a despontar nos últimos oito anos e ninguém ainda conseguiu definir com clareza, mas que é diferente do que costumava ser ou se querem o país que a turma de Serra quer.

Paul Singer ousa dizer que é um país que parece estar desenvolvendo um modo de produção que ele chama de economia solidária. Pode haver talvez uma dose de exagero, mas que o Estado agora tem um papel de resposabilidade social que no tempo do príncipe dos sociólogos nem o cheiro tinha isso é inegável.

De qualquer forma, antes de teorizarmos em cima dos oito anos de governo Lula, precisamos que o autor dessas mudanças olhe no fundo dos olhos do povo e pergunte de maneira clara que pais nós queremos.


Nenhum comentário: