domingo, 24 de outubro de 2010

COMBATE DE IDÉIAS – PARTE VI

PARTIDO DA IMPRENSA GOLPISTA

Em 09 de outubro, exatos quinze dias atrás, ainda perplexos com o resultado da eleição no primeiro turno, nos propusemos a analisar o que aconteceu.
Surgiram duas indagações: Por que Marina Silva teve 20 milhões de votos? E, em seguida, como reverter esses votos em favor de Dilma Rousseff? Arrolamos seis hipóteses, que não esgotam as alternativas, e estão interconectadas. É evidente que se Marina fosse a candidata do PT, ela teria sido o alvo da campanha insidiosa movida pelo submundo da política, que alimenta o obscurantismo da candidatura Serra.
Tivemos a preocupação de apontar um motivo e a solução. Não por ser dono da verdade, mas diante do antipetismo mais empedernido não há o que fazer; já perante o antipetismo abrandado, tem que sem feito o convite à reflexão de quais interesses esse partido defende, e qual a pauta dos seus adversários eleitorais.
Pois bem, chegamos ao sexto item: o Partido da Imprensa Golpista. Este blog existe em razão do PIG. Cansamos que ver a manipulação da notícia, a informação tratada como privilégio de poucos, a comunicação nas mãos de meia dúzia de famílias.
Nos últimos dias, o PIG parece ter chegado ao fundo do poço, com a tentativa de criar um factóide sobre o episódio da bolinha de papel.
Muito poderia ser escrito para explicar o que significa o PIG. Na verdade, todas as postagens desde março são nesse sentido. Porém, apenas duas situações devem ser explícitas:

1.ª O PIG não é nacional. Debaixo de sua máscara, escondem-se até defensores do apartheid. Há várias lembranças da campanha que Obama sofreu nos EUA. Também sabemos que o PIG atuou direta e recentemente na Ucrânia, em 2004, (na denominada revolução "laranja"), no Quirguistão em 2005 (outro nome de boa publicidade, revolução das "tulipas") e em Honduras em 2009 (Observadores internacionais estimam, por exemplo, que agências internacionais investiram US$ 50 milhões anuais no suporte às entidades que desestabilizaram e derrubaram o governo de Manuel Zelaya). Sem contar o papelão da imprensa venezuelana, que impossibilita o diálogo, impede o exercício do governo constitucional, fomenta golpes. Nesta campanha eleitoral, os esforços articulados da imprensa comercial brasileira com a campanha do PSDB começaram a surtir efeito e ficar evidente após as visitas de Ravi Singh.
2.ª O PIG não surgiu para enfrentar a Dilma, nem Lula ou o PT. O PIG é senil, decrépito. Foi responsável direto pelo Golpe de 64 e ajudou na manutenção do regime militar por 21 anos. Os editoriais até grande imprensa tecendo elogios ao golpe, em 1.º de abril de 1964 são chocantes. O maior ícone do PIG brasileiro é Carlos Lacerda. O único fenômeno moderno do PIG é a ainda maior concentração de seus órgãos nas mãos de menos pessoas.

O que fazer?

Apesar dos números favoráveis das últimas pesquisas eleitorais, a campanha não acabou. É hora de atender a um chamado histórico sobre qual o modelo de desenvolvimento o Brasil seguirá. É muito evidente que um se vincula à soberania nacional e o outro subordina o país aos interesses do capital, sobretudo estrangeiro.
A campanha adversária (que apesar de dizer o contrário, se apressa em se mostrar inimiga), atua baseada nos seguintes mandamentos operativos:

1) Difunda o ódio. Ele é mais rápido que o amor.
2) Comece pela juventude. Ela esta multiconectada e pode ser mais facilmente mobilizada para destruir do que para construir.
3) Perceba que destruir é “divertido”, ao passo que “construir” pode ser cansativo e chato.
4) A veracidade do conteúdo é menos relevante do que o potencial impacto de uma mensagem construída a partir da aparência ou do senso comum.
5) Trabalhe em sintonia com a mídia tradicional, mas simule distanciamento dos partidos tradicionais.
6) Utilize âncoras “morais” para as campanhas. Criminalize diariamente o adversário. Faça-o com vigor e intensidade, de forma a reduzir as chances de defesa.
7) Gere vítimas do oponente. Questões como carga tributária, tráfico de drogas e violência urbana servem para mobilizar e indignar a classe média.
8) Eleja sempre um vilão-referência em cada atividade. Cole nele todos os vícios e defeitos morais possíveis.
9) Utilize referências sensoriais para a campanha. Escolha uma cor ou um objeto que sirva de convergência sígnica para a operação.
10) Trabalhe ativamente para incompatibilizar o político-alvo com os grupos religiosos locais.
Nossa posição deve ser a seguinte:




Passada essa verdadeira guerra eleitoral, nova batalha se apresenta: o de fazer valer o artigo XIX da Declaração Universal dos Direitos do Homem. Este site possibilita pesquisa sobre a promiscuidade que existe entre mídia e poder no Brasil e a necessidade de alteração na lei que regula o setor. Acesse: http://www.donosdamidia.com.br/


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