Stalin desligou o aparelho e foi dormir. Naquela madrugada do dia 22 de junho de 1941, sete mil bocas de canhões alemães, das margens do Báltico até o Mar Negro, começaram a cuspir fogo sobre o território russo, enquanto a primeira linha de mil tanques avançava, esmagando tudo o que encontrava pela frente. Era o começo das férias de verão. Os oficiais russos, a exemplo do secretário-geral, acomodavam suas famílias para partir para um descanso, enquanto os pilotos tranqüilos deixavam os seus Yakovlyevs, Petlyakovs e Ilyushins, alinhados lado a lado, prontos para serem explodidos pelas bombas alemãs que começavam a despencar dos ares. Na manhã, ao despertar, Stalin, avisado da invasão, ainda ordenou que as defesas não respondessem de imediato e que nenhum avião soviético (àquela altura, a força aérea praticamente desaparecera, abatida no chão) penetrasse mais de 50 quilômetros em solo alemão. Ele não descartara a possibilidade de haver um mal entendido, uma provocação possível de ser contornada. Stalin, o paranóico mor do regime, aquele que mandara executar milhares de companheiros do partido acusando-os de estarem mancomunados com os nazistas, ainda assim acreditava piamente em Hitler.
Criméia: onde Stálin passava suas férias
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