Foi com muita surpresa, e até com apreensão, que alguns generais alemães próximos a Hitler escutaram-no dizer, em plena campanha contra Grã-Bretanha, então submetida a severos bombardeios aéreos e à intensa ação submarina, que se preparassem para invadir a União Soviética. Tudo aquilo que fizeram até ali, isto é, a ocupação da maioria dos países da Europa atlântica, assegurou-lhes o Führer, era uma manobra de despistamento. A verdadeira guerra ainda estava para ser travada. E ela se daria no Leste da Europa. Os planos para o assalto à URSS já haviam sido encaminhados por ele um ano antes, em 21 de julho de 1940, logo após a queda da França, quando encarregou o marechal de campo, Walther von Brauchitsch, então o seu supremo comandante das forças terrestres, a proceder com os primeiros estudos. Por volta de dezembro de 1940, um esboço geral dele já estava pronto, com o codinome Barbarossa. A invasão deveria ser perpetrada na primavera de 1941, mesmo com a continuidade da guerra contra Grã-Bretanha. Este risco, Hitler pretendia superar com o tempo, pois imaginou que as forças conservadoras na Inglaterra e os sentimentos anticomunistas espalhados pelo mundo fariam pressão para que suspendessem a guerra contra ele, visto que a Alemanha nazista atacava a morada da "serpente internacional"- a URSS. Era um lance de jogador de pôquer. Com a carta da invasão da URSS na mão, ele esperava que os demais envolvidos na guerra se retirassem da mesa.
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