E a tentativa de golpe continua em curso. Agora, passado o momento de surpresa, que confundiu desde a molecada que não sabe como era esse país antes de 2003 até velhos e escolados militantes das lutas populares, com a articulação dos manifestos via redes sociais, teleguiadas pelo departamento de estado dos EUA, eis que surge um surrado instrumento de desestabilização.
Esse foram os que o Datafolha disse ter ouvido |
Até porque a ação via Facebook atinge um segmento restrito da sociedade. Não fosse assim, o Datafolha não carecia de uma distorção tão medonha, como denunciada em outros blogs, para "captar", ou seja, manipular, o sentimento das ruas na direção do descrédito de um governo que até então batia todos os recordes de popularidade.
Esse é o recorte autêntico dos eleitores |
Agora, a barreira dos caminhões. Pelo menos desde 1972 essa tática é conhecida. No Chile, o governo de Allende desde a posse enfrentou um plano metódico de
destruição da economia. Créditos externos sumiram, houve uma corrida aos bancos e os capitais foram remetidos
ilegalmente ao exterior.
A 1.º consequência da greve dos caminhoneiros no Chile |
No mês de outubro eclodiu a greve dos caminhoneiros que desatou a de outros setores, como comércio, transportes urbanos, hospitais particulares, sempre instigadas pelo patronato. Era o boicote de sublevação burguesa.
Cabeças de gado foram
contrabandeadas e dez milhões de litros de leite atirados nos rios para
que não chegassem às mesas.
A 2.ª consequência |
Logo, iniciou-se o racionamento de alimentos nas grandes cidades.
Emergiu o mercado negro e deflagrou-se a inflação. Nesse momento, o
governo só não caiu graças a mobilização e a auto-organização popular: trabalhadores
ocuparam as fábricas fechadas e as mantiveram produzindo; camponeses ocuparam as fazendas
paralisadas. Nas cidades, as comunas organizaram o abastecimento e
distribuição de comida.
Realizaram-se tentativas heroicas de furar o cerco imposto pela greve
dos caminhoneiros. Com toda essa sabotagem, o clima insurrecional ficou insuportável, propício às soluções miraculosas, como Pinochet e o Anonymous. Deu no que deu.
Ano passado, algo semelhante afetou a Argentina. O Clarín incitava a manifestação, até conseguir patrocinar uma greve geral. Em junho, a Veja estava ululante com a possibilidade da deposição de Cristina Kirchner e o governo trabalhista que ela representa. Novamente, o povo com as mãos desarmadas salvou a nação da mão dos abutres do capital.
E o Brasil, como reagirá? Já está claro que se trata de um locaute, direcionado pelos donos das empresas de logística com vistas a ganhar subsídios no diesel e redução dos pedágios. A presidenta já disse que não transigirá com o movimento. Porém, a julgar pelo desprezível ministro da justiça, que não resiste a uma câmera da Globo nada será feito. Façamos um esforço para relevar a falta de reação no caso do movimento passe livre e os R$ 0,20 que foi cooptado pelas forças da direita, até pelo espanto da novidade. Mas e as velhas estrategias golpistas, a velhacaria de sempre, passará incólume? Novamente, a única saída para vencer a sabotagem do imperialismo é a mobilização popular.
Um comentário:
http://www.avaaz.org/po/petition/Tornar_a_sonegacao_de_impostos_crime_hediondo/?cLQpFab
tornar a sonegação crime hediondo
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